Autor original: Felipe Frisch
Seção original: Serviços de interesse para o terceiro setor
Quase 10 anos após a Rio-92 – e depois de muitas promessas e metas não cumpridas desde então – o debate ambiental continua, ganhando novas formas e amadurecimento. O encontro da vez é a Ecolatina 2001, a 4ª Conferência Latino-Americana Sobre Meio Ambiente, que acontece de 15 a 18 de outubro em Belo Horizonte. O tema desse ano é o saneamento ambiental, um dos maiores problemas - não só ecológico, mas de saúde pública - da América Latina. Atualmente, apenas 49% da população sul-americana e do Caribe contam com serviço de esgoto. O resultado é claro: 80% das doenças dos países em desenvolvimento estão diretamente relacionadas ao consumo de água contaminada.
A programação dos quatro dias de eventos é intensa e envolve seminários, fóruns e diversos cursos, em que os participantes podem se inscrever individualmente. Além dessas atividades, a agenda para a semana inclui a Feira Internacional de Tecnologia, Produtos e Serviços Ambientais, que acontecerá simultaneamente, como ocorre desde a primeira edição do encontro, aberta à população. Nela, estarão presentes empresas, ongs e agências governamentais, “vendendo” - com e sem aspas - possibilidades de uso racional dos recursos e de responsabilidade ecológica para as entidades. Muitas estarão realmente comercializando seus produtos ecologicamente corretos.
Com espaço vago em menos de um terço dos originais 150 estandes que foram disponibilizados este ano, a responsável pela feira, Zezilda Távora, está orgulhosa. “Nos anos anteriores, ocupávamos o 1º piso do Minascentro. Hoje, vamos ocupar o 2º e o 3º também”, exibe. Zezilda lembra que serão nove auditórios onde estarão acontecendo eventos simultâneos para o público - que deve superar 13 mil pessoas, se o evento continuar crescendo em relação a cada ano anterior. Ela acha positiva a comparação com a Rio-92 em termos de representatividade, mas reconhece a responsabilidade.
No total, serão 25 eventos distribuídos nos quatro dias. A coordenadora geral da Conferência, Beatriz Mattos, explica que este número elevado se explica pela característica do público esperado, que ela classifica como “eclético”.
- Estamos esperando desde profissionais especializados, engenheiros, legisladores e juristas ambientais (que terão assunto em diferentes eventos, nos três dias) até universitários – conta. Para estes últimos, ela destaca os seminários de Eco-Educação (Educação Ambiental), Eco-Trabalho e o curso de Comunicação e Meio Ambiente.
Já estão com presença confirmada o Diretor Regional do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Ricardo Sanches, o Ministro da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Mota Sardenberg, além de diversos secretários estaduais de meio ambiente, que estarão presentes no fórum que abre a Ecolatina.
Das propostas que surgirem durante o evento, será produzida a Carta de Belo Horizonte, documento a ser encaminhado para ao Congresso Nacional, a prefeituras, secretarias, ONGs, à imprensa e ao Fórum de Ministros de Meio Ambiente da América Latina e Caribe, que acontece uma semana depois, no Rio de Janeiro. A carta, assim como as atualizações com as palestras do dia, estarão sendo disponibilizadas no site do evento, que este ano ainda ampliará a participação para os cidadãos que não puderem estar presentes fisicamente à Ecolatina. Para estes, foi criado um fórum eletrônico para estimular o debate, com a veiculação automática das mensagens postadas pelos internautas.
Pela homepage, também já é possível se inscrever e ter acesso à programação completa dos quatro dias. Quem estiver no exterior em breve poderá efetuar pagamento via cartão de crédito.
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