Autor original: Felipe Frisch
Seção original: Novidades do Terceiro Setor
Com o slogan “40 anos de Solidariedade e Educação”, a FASE (Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional) comemora suas quatro décadas de atuação com muita atividade, mas também com festa. Para o mês de setembro, estão programados, no Rio de Janeiro, dois eventos que envolvem diversas premiações em duas vias: da FASE para a sociedade e dos representantes da população para a FASE. No dia 14 de setembro, a ONG recebe a Medalha Tiradentes da Assembléia Legislativa do estado e entrega o Prêmio Solidariedade e Educação a 20 homenageados, entre personalidades e entidades representantes de movimentos sociais brasileiros dos últimos 40 anos.
A cerimônia do dia 14 começa às 14 horas, no Plenário Barbosa Lima do Palácio Tiradentes, na Praça XV (Rua Dom Manuel, 1). Dos premiados, já confirmaram presença a senadora Marina Silva, do Acre; D. Aldo Gerna, bispo de São Mateus (ES); Avelino Ganzer e Irmã Lígia Constantino, do Pará; Chico de Oliveira; Pedro Pontual e Sueli Carneiro, de São Paulo; Tânia Bacelar, do Recife; o grupo O Rappa; Leônidas Cardoso e o padre Ricardo Resende, do Rio. Também serão feitas homenagens póstumas a Betinho e Chico Mendes.
O segundo evento acontece na segunda-feira seguinte, dia 17, a partir das 18h30, na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Na ocasião, a FASE receberá outra medalha, a Pedro Ernesto, por iniciativa do vereador Edson Santos. Para a premiação, está programada uma conversa sobre as violações e as alternativas para a conquista dos direitos de crianças e adolescentes a educação, arte e cultura. A lista dos palestrantes convidados inclui Marcelo Yuca, do grupo O Rappa; o professor Beto Novaes, coordenador do projeto “Exploração Infantil - Direitos e Realidade”; a presidente da Casa de Cultura São João de Meriti, Angélica de Jesus; e Júnior, do grupo AfroReggae.
A novidade da ocasião fica por conta do lançamento do livro “Circo: educando com arte”, publicado pelo Saap (Serviço de Análise e Assessoria a Projetos), programa da FASE, em parceria com a Rede Circo do Mundo – articulação integrada por instituições brasileiras e canadenses fomentadas pelo Cirque du Soleil para articular projetos que integrem os programas que trabalham com o circo social. Aqui, a iniciativa nasceu em 1991, junto com a ONG Se Essa Rua Fosse Minha, que utilizou a arte circense como técnica de abordagem e reinserção social. A partir daí, começou-se a discutir o quão próximas são a vida do circo e a dos meninos que moram nas ruas, seja pelas situações de perigo colocadas, pela estruturação de uma nova família a partir do novo convívio ou pela itinerância.
Outra publicação do ano é o relatório das ações da FASE que é editado de dois em dois anos: o “Vale a Pena Apoiar”, que traz alguns resultados e as novas metas da entidade. As metas de apoio da organização, a partir de agora, são com foco na água e no saneamento, na defesa por uma Amazônia sustentável e democrática e na defesa da infância e da juventude.
"A água, no Brasil, mata mais do que a violência direta, e, segundo a Folha de São Paulo, mais do que se somarmos as mortes por causa da Aids", constata Luiz Antônio Correia de Carvalho, da FASE nacional. "A Fase se opõe ao sistema em que alguns têm água importada, outros têm água tratada e filtrada e muitos não têm direito a um pedaço de cano sequer".
Luiz Antônio conta as dificuldades pelas quais passou a organização – que já teve 30 mil doadores antes de 1968 –, quando, com a repressão militar, passou a depender quase exclusivamente de ajuda do exterior. Por isso mesmo, um dos focos imediatos agora é no restabelecimento da rede de doadores individuais. O que deverá facilitar esse percurso é o trabalho de divulgação. Segundo Luiz Antônio, a FASE é protagonista da articulação nacional de diversas redes, mas pouco aparece. São exemplos o Fórum Nacional de Reforma Urbana, a Marcha de Mulheres e o Fórum de ONGs que organizou a Conferência do Meio Ambiente, a Rio-92.
Uma das vitórias que a FASE exibe com orgulho é a conquista da juventude, a partir do apoio que tem dado e recebido do grupo O Rappa. Com sua postura, a banda estimula os jovens a procurar a instituição para se engajar na ação social. Luiz Antônio destaca a internet como um instrumento relativamente recente, no Brasil, de articulação das redes. Por isso, ele considera fundamentais apoios como o da Rits, hospedando página, e-mail, banco de dados e outros serviços para a FASE, que foi uma das primeiras associadas.
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