Pintando o sete, o oito, o nove ...

Autor original: Daniela Muzi

Seção original: Os mais interessantes e ativos projetos do Terceiro Setor

O Projeto Carmim atua em seis hospitais em São Paulo - a maioria da rede pública. O coordenador do projeto, Eduardo Valarelli,  quer ir mais longe - e parece que o sonho do artista plástico não está distante. Nesta semana, Eduardo encontra-se em Natal, Rio Grande do Norte, para tratar da implantação do Carmim em hospitais da cidade.

Para Eduardo, planos não faltam. Para concretizá-los ele pretende aumentar o número de voluntários em 2002, com o objetivo de ampliar o escopo de atuação do programa. “O Carmim é uma iniciativa que vem dando certo, por isso queremos divulgá-la e levar as artes plásticas para outros lugares inusitados, como presídios”, justifica.

A necessidade de expansão não para por aí. Nem poderia - pois os artistas que o Carmim despertou nos hospitais continuam a pintar depois do período de internação. Por isso, surgiu a idéia do Carmim Escola Social de Artes, um ateliê onde ex-pacientes poderiam dar prosseguimento ao estudo das artes. A proposta é manter a escola aberta também para comunidade. “Seria uma forma de aproximar ex-pacientes e contribuir para a sua reintegração na sociedade. Poderíamos ensinar História da Arte e as técnicas, enfim, formar o aluno em artes plásticas,” planeja Eduardo.

Alguns dos trabalhos produzidos pelos pacientes do Carmim são organizados em exposições. Em 1999, houve um exposição na Estação das Clínicas, no metrô de São Paulo, por onde passam cerca de 10 mil pessoas diariamente. Além dessa, já aconteceram exposições menores nos hospitais onde o Carmim atua. Esse é principal desejo dos artistas: expor. Por isso, Eduardo pretende realizar exposições itinerantes e, para o próximo ano, organizar uma mega exposição no metrô de São Paulo. Para o futuro, além de pintar o sete com os pacientes, o Projeto Carmim pretende vender as obras produzidas e reverter a renda para o tratamento hospitalar de pessoas carentes.