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A paz como lema

Autor original: Mariana Loiola

Seção original: Os mais interessantes e ativos projetos do Terceiro Setor






O conceito de responsabilidade social tem sido, atualmente, bastante difundido pelos meios de comunicação. Mas até que ponto a mídia absorve e põe em prática esse conceito? Será que os profissionais de comunicação assumem a função de disseminar informações sobre todos os aspectos da realidade, respeitando o seu público e buscando o bem-estar comum?


Essas são algumas questões que fazem parte do núcleo das ações do Movimento Mídia da Paz, que teve início em janeiro de 2000, quando diversas manifestações pela paz foram promovidas ao redor do mundo. O movimento surgiu da iniciativa de vários profissionais de comunicação (publicitários, jornalistas, relações públicas, gráficos etc) e ONGs que têm a paz como objetivo do seu trabalho. A partir daí, o grupo foi crescendo, realizando reuniões periódicas, produzindo eventos e diversos artigos sobre a paz na mídia.


As organizações e os profissionais envolvidos com o movimento formam uma rede de pessoas preocupadas em promover uma cultura de paz através da mídia. A missão do Movimento Mídia da Paz é inspirar os produtores, consumidores e empresários da informação e do entretenimento a resgatar os valores humanos e ajudar a transformar a sociedade, chamando a atenção para o papel educativo, cultural e conscientizador da mídia pela causa da paz. O grupo quer que cada comunicador reflita sobre o impacto que a notícia que ele está produzindo vai causar no seu público e sobre o que ele pode fazer para contribuir para a pacificação da humanidade.


Rosa Alegria, coordenadora do Movimento Mídia da Paz, acredita que, ao divulgar uma enxurrada de mensagens e imagens de extrema violência, a mídia pode estar distorcendo a realidade e estimulando o pânico e a intolerância nas pessoas. “A grande mídia está preocupada com o timing e com a legitimidade dos fatos. Para ela, o importante é cumprir a pauta e chamar a atenção do público”, diz.


A coordenadora do movimento reconhece que houve uma evolução em relação à conscientização da mídia – que, nos últimos três anos, tem aberto mais espaço para iniciativas do terceiro setor. Mas ainda há muito o que ser feito. “Nós convocamos os comunicadores a repensar a forma de se fazer jornalismo e a utilizar a paz como lema”, acrescenta Rosa, que considera a mídia “um canal de transformação poderoso”.


Com influência direta na formação da opinião pública, os meios de comunicação devem se preocupar em não fazer apenas denúnicas, mas, principalmente, em dar destaque ao que há de positivo e de construtivo na humanidade, sugerindo alternativas e incentivando ações que tenham como objetivo solucionar os grandes problemas da nossa sociedade. O movimento quer conscientizar os produtores de conteúdo, criadores de imagens e mensagens quanto ao impacto que seu trabalho pode gerar na comunidade e o seu poder de transformação na sociedade. Rosa também aposta nas mídias alternativas e comunitárias, que, por seu caráter independente, criando modelos próprios de linguagem, despertam a consciência cidadã.


Fazem parte do Movimento Mídia da Paz organizações como o ISER, o Instituto Sou da Paz, o Viva Rio, o Grupo Tver, o Instituto São Paulo Contra a Violência, a ABI e a ABAP, entre outras. A Rits também está incluída entre as apoiadoras do movimento, já que nossos conteúdos são reproduzidos freqüentemente no site www.midiadapaz.org.


Entre as atividades do grupo estão a articulação para aumentar a rede de colaboradores, a criação de propostas e a tentativa de viabilizar os projetos em andamento. Os resultados têm recompensado esse empenho. Um exemplo disso é o prêmio Mídia da Paz de jornalismo, que, no último dia 29, foi oferecido a diversos profissionais da imprensa que se destacaram na disseminação da cultura da paz. O movimento espera que os premiados não se limitem às reportagens vencedoras e passem a adotar uma postura coerente com a paz em todos os seus trabalhos. Todos os participantes estão sendo convidados para colaborar com o site do Mídia da Paz. O concurso foi realizado pela Revista Imprensa, com o apoio da Unesco, da ABI e do Instituto Roërich da Paz. A expectativa é que a premiação aconteça todos os anos e atraia cada vez mais jornalistas.


Quem se identificar com as idéias do Movimento Mídia da Paz e quiser aderir ao grupo pode mandar mensagem para midiadapaz@midiadapaz.org, participar dos grupos de discussão ou contribuir enviando artigos. Podem colaborar também voluntários para assessoria de imprensa e captação de recursos.

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