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A pior das ameaças

Autor original: Graciela Baroni Selaimen

Seção original: Notícias exclusivas para a Rets






A política norte-americana com relação à pesquisa e à produção de armamentos nucleares não tem sido alvo objetivo de críticas para a maior parte da comunidade mundial, mas também não passa despercebida para muitas ONGs e cientistas. O físico Fernando Souza Barros contou sobre uma reunião promovida pela Middle Power Initiative no primeiro semestre desse ano, em que representantes de diversos governos e um número considerável de ONGs discutiram a política da administração Bush, especialmente preocupados com a proposta dos EUA de modernizar as bombas nucleares (tornando-as menores), o que possibilitaria seu uso em teatros de guerra em espaços delimitados. "Para isso, Bush teria que rasgar vários tratados internacionais, principalmente aqueles que limitam o desenvolvimento de atividades nucleares. Estamos falando de uma administração que preocupava os seus próprios aliados", afirma. Souza Barros é enfático quando alerta para a necessidade de ações integradas de vários governos como alternativa para as ações bélicas: "Combater o terrorismo sem uma aliança universal, sem resolver problemas sociais neste planeta – mas através do uso da força – é fazer uma guerra mundial".


Pinguelli faz coro com Souza Barros, ao alertar para os riscos da utilização de armas nucleares. "Está havendo uma mudança na política norte-americana quanto às armas nucleares. Quase ninguém percebeu isso. Pequenas armas nucleares já podem ser usadas em teatros de operação militar delimitados. Isso torna possível haver ataques nucleares localizados. Esse é o meu maior medo. É perfeitamente possível o terrorista fazer o mesmo – uma possível pequena bomba nuclear. Com uma bolinha de material físsil (material utilizado para a produção de armamento nuclear) pode-se fazer bombinhas nucleares em bolsas de plástico, prêt-à-porter, e matar não cinco ou dez mil pessoas – não sei que número vai sair desta tenebrosa estatística –, mas um milhão. Se os Estados Unidos não dosarem devidamente suas ações, e derem margem a uma escalada do ódio, isso pode ter conseqüências imprevisíveis, até para os Estados Unidos", esclarece o cientista.

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