Autor original: Felipe Frisch
Seção original: Serviços de interesse para o terceiro setor
Bons alunos, esses paulistas. Como prova de que os ensinamentos de uma das maiores personalidades das causas sociais no Brasil foram apreendidos, a Câmara Municipal de São Paulo abriu – e aguarda até o dia 15 de outubro – as inscrições para o Prêmio Betinho de Cidadania 2001. Não é a primeira premiação – brasileira ou internacional – que em seu título homenageia o sociólogo Herbert de Souza, e já é a terceira vez que os vereadores paulistas a promovem, mas, quanto mais a sociedade aprende, mais vê que deve incentivar iniciativas que enfrentem as desigualdades sociais.
Criado pela Resolução nº 13/97, o prêmio é também “uma forma de os vereadores tomarem conhecimento dos projetos articulados pela sociedade civil”, explica o Presidente da Câmara dos Vereadores e idealizador do prêmio durante a legislatura passada, José Eduardo Cardozo (PT). Além disso, José Eduardo garante, pela experiência dos dois últimos anos, que a premiação legitima um apoio – mesmo que não seja financeiro, mas da imprensa e da própria sociedade.
Apesar de ter sido pensado há quatro anos, o Prêmio só teve definidos seus critérios em 99, quando aconteceu a sua primeira edição. “Foi num momento em que a Câmara estava passando por uma grande crise, mergulhada em denúncias de corrupção. Na contramão disso tudo, passamos a defender a cidadania”, conta José Eduardo.
Podem se inscrever instituições que estejam atuando na cidade há pelo menos um ano ou que tenham encerrado as atividades em 2001, com 12 meses de execução efetiva na luta pela cidadania e no combate à fome, à miséria e à violência. O vencedor será escolhido por uma comissão formada por Abong, OAB-SP, Ibase e Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida e receberá a Salva de Prata. Os finalistas terão direito a uma menção honrosa e o vencedor participará da comissão julgadora da edição 2002. Foi vencedor do ano passado o Grupo de Trabalho e Pesquisa em Orientação Sexual (GTPOS).
Para o presidente da Câmara, o papel da casa é o de homenagear Betinho e as entidades, enquanto cabe à própria sociedade civil escolher quem merece a premiação, “para evitar que o prêmio se transforme em instrumento de barganha política”, diz. Ao mesmo tempo, ele considera fundamental que o poder público “se abra para a sociedade civil”.
José Eduardo salienta que a população organizada sai em vantagem, já que não tem que enfrentar as “limitações burocráticas, administrativas e legais” que o poder público precisa encarar. Segundo ele, é essa “integração com a flexibilidade da sociedade civil que enriquece as atividades”.
A premiação usa sempre como data um dia próximo ao aniversário da morte de Betinho – 9 de agosto de 97. Em 2000, foi no dia 8, mas neste ano a data foi adiada e a premiação só acontecerá no dia 29 de novembro, em Sessão Solene no Salão Nobre da Câmara paulistana. Na verdade, a data será o encerramento de uma programação que começa já no mês que vem.
De 1 a 5 de outubro, estará em exposição na entrada da Câmara Municipal o Salão Internacional de Humor de Piracicaba. No dia 4, a partir das 17h, acontece o painel sobre o significado e a importância dos “Prêmios na valorização das organizações”, com a presença de responsáveis por diversas premiações, como a Abrinq, pelo Prêmio Criança e Prefeito Amigo da Criança, além de participantes dos prêmios Itaú-Unicef, Carlito Maia e o Ciclo de Premiação Gestão Pública e Cidadania, da FGV. Uma semana antes da entrega do prêmio, no dia 22, acontecerá um debate tendo como tema “o enfrentamento da questão social e o papel da sociedade”.
Informações sobre o prêmio, ficha de inscrição e regulamento estão disponíveis pela Internet, no site http://users.sti.com.br/premiobetinho. A inscrição pode ser feita ainda pela indicação de terceiros. A ficha pode ser entregue nas instituições participantes. O endereço também está disponível no site.
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