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Rompendo barreiras e desmistificando a Aids

Autor original: Mariana Loiola

Seção original: Novidades do Terceiro Setor

Foi lançada em setembro pelo Grupo Pela Vidda/RJ – Pela Valorização, Integração e Dignidade do Doente de Aids, a cartilha “Aids e Imprensa – Um guia para ONGs”. A publicação foi lançada durante o Congresso Brasileiro de Prevenção em HIV/Aids, em Cuiabá, e divulga a experiência do grupo, adquirida no relacionamento com a imprensa brasileira e internacional. Essa experiência é baseada em 12 anos de atividades do Grupo Pela Vidda, que desenvolveu estratégias de comunicação que possibilitaram a ampliação do debate sobre a Aids e a qualidade de vida dos portadores do HIV, através da mídia.


Elaborada com recursos da Fundação MacArthur, a cartilha pretende ser um instrumento de apoio para facilitar o relacionamento entre os meios de comunicação e as ONGs que lidam diretamente com a realidade da doença. É dirigida, principalmente, às instituições que não podem dispor de um profissional para a realização destes contatos.


A idéia de elaborar a cartilha surgiu em 1998, numa oficina realizada durante o Vivendo - Encontro Nacional de Pessoas Vivendo com Aids, onde a maioria dos participantes era formada por voluntários de ONGs com pequena estrutura operacional e localizadas em cidades do interior do país. Segundo Márcia Vilella, coordenadora de comunicação social do Grupo Pela Vidda/RJ e organizadora da cartilha, foi possível identificar, nesse encontro, as dificuldades enfrentadas por essas instituições nos contatos com a imprensa. “Ali, ouvimos diversos relatos e dúvidas, e começamos a perceber que essas dificuldades eram enfrentadas por uma grande parte das ONGs e que uma publicação como essa cartilha poderia ser útil”, conta Márcia.


A publicação também dá dicas aos profissionais da imprensa sobre como abordar a temática da Aids. Ensina, por exemplo, que o jornalista não deve se referir ao portador da doença como “aidético”. Márcia diz que uma parcela da mídia se esforça em apurar os dados com cuidado, ouvir fontes variadas e conferir um tratamento respeitoso às pessoas vivendo com Aids. No entanto, acrescenta que esses veículos ainda são uma minoria. “Ainda nos deparamos com erros grosseiros e informações equivocadas em pautas sobre Aids tratadas na imprensa”, afirma. Com a fixação da mídia em aspectos ultrapassados, o público acaba se desinteressando pelo tema, o que dificulta a conscientização necessária para tratar a doença.


A partir dos resultados de entrevistas realizadas com profissionais de imprensa e membros de ONGs, sobre como as ONGs vêem a imprensa e vice-versa, a cartilha estimula uma reflexão sobre como melhorar o relacionamento entre ambos. Segundo Márcia, a relação entre as ONGs e a imprensa ainda é muito divergente. “De um lado, estão as ONGs e a necessidade de promover assuntos relacionados à prevenção, ao controle da epidemia e a projetos institucionais. De outro, a mídia em busca de fatos, ganchos ou "notícias de impacto", especialmente aquelas relacionadas às pesquisas de vacinas ou medicamentos anti-HIV.” Mesmo havendo divergência, Márcia afirma que esse "conflito" de modo algum enfraquece a importância do canal de comunicação estabelecido entre as ONGs e a imprensa. “O importante para as ONGs, ao propor uma sugestão de pauta sobre a temática da Aids, é aproximar os assuntos relativos à doença desenvolvidos no âmbito da instituição ao senso comum, tornando-os familiares ao contexto social mais amplo”, diz. De uma maneira geral, através dessa cartilha, o Grupo Pela Vidda espera estar contribuindo para o acesso do público em geral a informações corretas e úteis sobre a Aids.


Os interessados em adquirir a cartilha “Aids e Imprensa – Um guia para ONGs” podem entrar em contato com o Grupo Pela Vidda/RJ, através do telefone (21) 2518 3993 ou do e-mail gpvrj@pelavidda.org.br

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