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Crédito será agente de desenvolvimento em programas no RJ e em SP

Autor original: Fausto Rêgo

Seção original: Notícias exclusivas para a Rets

A concessão de crédito para formação de microempreendedores será um dos mecanismos utilizados pelo Programa APD, de Apoio às Populações Desfavorecidas, que será desenvolvido a partir deste final de ano, nos municípios do Rio de Janeiro e de Santo André, com apoio da Comunidade Européia, em parceria com as duas prefeituras. O acordo, uma Convenção de Financiamento, já foi aprovado e prevê a implantação de um programa de desenvolvimento urbano e combate à miséria e à exclusão social em algumas comunidades. O programa terá duração de um ano. Ao final desse período, pretende-se que seja incorporado às próprias comunidades, de forma auto-sustentável.

Gianfrancesco Constantini, co-diretor europeu do Programa APD, informa que a União Européia vai financiar os subprogramas de desenvolvimento social, crédito, emprego e renda. Às prefeituras caberá a responsabilidade pela urbanização. No Rio, serão atendidas as comunidades de Vila Moret, Vila União da Paz, Benjamin Constant, Vila São Bento e Vila Parque da Cidade. Em Santo André, as favelas de Sacadura Cabral, Tamarutaca, Quilombo e Capuava. Constantini explica a escolha: “Demos preferência a comunidades variadas, com condições econômicas e urbanísticas muito diferentes. Procuramos observar as oportunidades de crédito existentes e a demanda para criação de novos negócios”. No Rio de Janeiro, a DAI Brasil, consultoria em desenvolvimento de projetos em microfinanças, vem procurando fazer esse diagnóstico por meio de uma pesquisa qualitativa sobre demanda para crédito nas áreas que serão beneficiadas.

As instituições de microcrédito Viva Cred e Cred-Produzir estarão à frente de um sistema formado por fundos vinculados, com recursos de aproximadamente R$ 2 milhões. Esse dinheiro será usado para financiar novos empreendimentos, associações de moradores, cooperativas de trabalhadores e organizações não-governamentais. O objetivo é promover atividades de caráter econômico e social que permitam a inserção dos moradores desses núcleos no mercado de trabalho, reduzindo o desemprego e fomentando a economia local.

Parte desses recursos será utilizada para a formação de agentes de crédito e para a criação de um fundo de aval, com o qual se pretende eliminar a necessidade de avalistas ou garantias e que poderá ser utilizado para reembolsar as instituições financiadoras, reduzindo o risco dos créditos.

Outra parte será destinada à criação de um fundo de incentivo, que será utilizado, numa primeira etapa do programa, para quitar os débitos de quem estiver com problemas no Sistema de Proteção ao Crédito (SPC). “Esse dinheiro vai permitir limpar o nome do usuário, eliminando um dos maiores obstáculos à obtenção do crédito”, diz Constantin.

Um outro montante será reservado para assistência técnica e consultoria aos empreendedores na implementação de seus negócios.

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