Povos do Mar, reunidos em Fortaleza

Autor original: Felipe Frisch

Seção original: Serviços de interesse para o terceiro setor

Nesta semana, Fortaleza será sede do I Encontro Cultural dos Povos do Mar, que acontece de 30 de novembro a 2 de dezembro. O evento será realizado pelo Instituto Terramar e pela Vidança Companhia de Dança, com o apoio da Associação Amigos da Funarte, da Fase, do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, do Sebrae-CE, e de diversas associações das comunidades pesqueiras.

A programação intensa inclui a exposição de artesanato produzido pelos povos pesqueiros e oficinas de reciclagem de papel, pintura e desenho, dança e coral infantil. Enquanto as tardes estarão destinadas à reflexão – no seminário “Povos do Mar – Afirmação da Vida” -, as noites serão de festa, música e dança, com a participação de mais de 20 comunidades litorâneas cearenses na chamada Feira dos Povos do Mar.

Elas estarão trazendo suas tradições, com a Dança do Coco, a presença de Emboladores, um coral, e poetas. Todas as noites haverá a apresentação de um espetáculo promovido pela Vidança, inspirado no manguezal e na relação dos povos do mar com o ecossistema. Além disso, haverá a participação do Maracatu Nação Caiçara, e da Lia de Tamaracá, encerrando o encontro na noite de domingo, com o show Ciranda de Ritmos. Todas as atividades acontecem no Centro Dragão do Mar e estão abertas ao público. Apenas para o espetáculo teatral “Mangue: memórias da pele” será cobrada uma taxa simbólica de R$ 5 por causa dos custos de montagem. A expectativa é reunir 3 a 4 mil pessoas por noite.

Apesar do momento de confraternização, o objetivo será um só:

- Queremos dar visibilidade aos povos do mar, e difundir e afirmar suas culturas, tão ameaçadas pela especulação imobiliária e pela degradação ambiental. Queremos mostrá-los especialmente para a mídia, que tem uma visão romântica do pescador, que traz o peixe para a família e não tem problemas. Eles são um povo que luta, trabalha, enfrenta seus problemas e precisa ter a auto-estima elevada – conta Jefferson Souza, coordenador do Programa de Políticas Públicas do Instituto Terramar.

Exemplo dessa vontade de colocar os povos do mar em alta é a própria realização do seminário, um espaço aberto pelos organizadores para a exposição dos pescadores e suas famílias. São 120 vagas, quase esgotadas. O seminário é destinado à discussão de temas que envolvem a relação com a natureza e o olhar sobre o cotidiano desses povos, incluindo a pesca, a terra e o turismo.

Atuando há oito anos no trabalho com comunidades pesqueiras litorâneas de Fortaleza, o Instituto Terramar deixa seu telefone de contato à disposição para as poucas vagas disponíveis: (85) 226-2476 e 4154. O Centro Dragão do Mar fica na Rua Dragão do Mar, 81, na Praia de Iracema.