Para todos

Autor original: Fausto Rêgo

Seção original: Notícias exclusivas para a Rets

As conferências, realizadas pela manhã, estão na linha de frente do Fórum Social Mundial e serão o espaço para redes, movimentos e organizações da sociedade civil apresentarem suas propostas. A programação foi organizada em torno de quatro eixos temáticos: "Produção de riquezas e a reprodução social", "O acesso às riquezas e à sustentabilidade", "A afirmação da sociedade civil e dos espaços públicos" e "Poder político e ética na nova sociedade". Os subtemas e as conferências já confirmadas podem ser consultados no site oficial do evento.

A parte da tarde será dedicada aos seminários e às oficinas – já houve cerca de 800 pré-inscrições. Os seminários serão uma oportunidade para a discussão e o aprofundamento de temas específicos. Entre eles podemos destacar o seminário sobre "Apropriação e controle social das tecnologias de informação e comunicação". Organizado pela ALAI, pela APC e pela APRESS, abordará os desafios políticos globais e as alternativas para o desenvolvimento dessas tecnologias dentro da perspectiva do direito à comunicação. A RITS estará presente no seminário, quando será apresentada uma campanha convidando as ONGs que trabalham com a temática da Comunicação e da Informação para uma articulação conjunta para o WSIS - World Summit on the Information Society. Este é um evento que acontecerá em Genebra, em 2003, organizado pelo ITU - International Telecommunications Union, organização que faz parte do Sistema das Nações Unidas e reúne representantes de governos e empresas.

Ao fim do dia, personalidades de atuação marcante da defesa dos direitos humanos oferecerão seus testemunhos, dividindo com o público suas experiências.

Política – O Fórum Social Mundial terá lugar também para atos políticos como a manifestação contra a ALCA (Área de Livre Comércio das Américas) e o Tribunal da Dívida Externa, que vai simular um júri de verdade, com advogados de defesa e acusação, para discutir as conseqüências do endividamento para as nações.

Cultura – A exemplo do ano passado, haverá também uma intensa programação cultural – não divulgada até o fechamento desta edição –, reunindo artistas e eventos afinados com a proposta e as manifestações do Fórum, permitindo também a confraternização e a articulação entre os participantes.

Acampamentos – Os acampamentos deverão reunir um grande número de participantes, compondo, provavelmente, uma das mais significativas manifestações do evento. O Acampamento Intercontinental da Juventude deverá reunir, segundo estimativas, cerca de 10 mil pessoas. Os jovens pretendem dizer um basta à discriminação, à opressão e à exclusão. Da mesma maneira, o Acampamento Indígena vai exibir as formas de expressão da sua comunidade para discutir seus problemas e suas propostas. O Movimento Negro, por sua vez, está preparando um quilombo para apresentar suas reivindicações e exibir sua riqueza cultural.

Forumzinho – Este ano as crianças também têm vez. O Forumzinho Social Mundial propõe-se a dar a palavra às próximas gerações. Crianças de todo o mundo estão sendo chamadas a dizer o que desejam para o futuro.

Eventos paralelos – Alguns eventos serão realizados oportunamente e paralelamente ao Fórum Social Mundial, tomando-o como referência para o debate de temas afins. É o caso do I Fórum Mundial de Juízes (de 31 de janeiro a 2 de fevereiro), organizado pela Associação Juízes pela Democracia, que pretende discutir a construção de um Judiciário mais democrático e consciente do seu papel na redução das desigualdades sociais. Da mesma forma, o Fórum Parlamentar Mundial (nos dias 1 e 2 de fevereiro) vai reunir parlamentares de todos os continentes, com o propósito de solidificar a luta pela democracia e pela justiça social. Também será realizado o II Fórum de Autoridades Locais pela Inclusão Social (28 a 30 de janeiro), quando serão levantadas propostas de articulação de representantes do poder público local em torno de uma agenda de combate à exclusão social e à pobreza.