Autor original: Fausto Rêgo
Seção original: Notícias exclusivas para a Rets
Em abril, o Hospital Geral de Bonsucesso, no Rio de Janeiro, deve realizar o seu primeiro transplante de fígado infantil, dando início efetivo a um programa pioneiro no estado, implantado pela equipe integrada pelo Dr. Alexandre Cerqueira, especialista em cirurgia-geral, cirurgia hepato-biliar e transplante hepático. O programa, que vai beneficiar adultos e crianças e pretende realizar uma média de três transplantes por mês – um de adulto e dois de crianças –, ainda necessita de apoio para a obtenção de recursos. No momento, falta material específico para os transplantes pediátricos, como bisturi para ressecção e lupa, entre outros. “Temos médicos, temos UTI, só faltam insumos. Precisamos também fazer uma ou outra obra”, diz o médico. O HGB já está devidamente credenciado no Sistema Nacional de Transplantes e Alexandre destaca a importância de um centro de transplantes voltado para o atendimento infantil no estado. “Hoje, no Rio, todas as crianças vão para São Paulo ou Curitiba, mas só vai quem tem condição. Dos poucos que podem, a maioria não resiste, porque a fila é enorme. Em São Paulo, existem 2 mil receptores à espera de um órgão”, conta.
Os números dos transplantes realizados no Rio de Janeiro não são nada animadores. Segundo Alexandre, no ano 2000, houve apenas 41 órgãos para captação. A proporção atual é de três doadores por milhão de habitantes. “Foram esses números que nos induziram a fazer transplante intervivos. O Rio ficou dois meses – novembro e dezembro – sem nenhum órgão para doação”, critica.
No Rio Grande do Sul, a Adote também prepara um projeto que pretende levar o tema da doação de órgãos para debate nas escolas. Ainda dependendo de patrocinadores para a produção de um vídeo e para a elaboração de material impresso, o projeto “Uma lição de vida – doação de órgãos na sala de aula” terá, até o final do próximo mês, o seu conteúdo disponível na internet, no site da entidade. “Nosso objetivo é fornecer material de referência para os professores planejarem o desenvolvimento do tema com alunos do ensino fundamental e do ensino médio. Acreditamos que a conscientização da sociedade deve ser iniciada nas escolas, o centro ideal de formação integral dos jovens, incluindo o exercício da cidadania. Neste sentido, a incorporação dessa temática nos conteúdos curriculares dos diversos níveis de ensino é determinante para se lograr uma atitude crítica que permita o debate e a análise dos avanços científicos que influenciam a nossa saúde e determinam o rumo da nossa existência. Afinal de contas, os estudantes de hoje são os futuros médicos, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, biólogos, engenheiros, pesquisadores, técnicos de laboratórios, cidadãos, governantes e potenciais doadores e receptores de órgãos, beneficiários da admirável tecnologia dos transplantes”, anima-se Francisco de Assis Neto, presidente da Adote.
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