Você está aqui

GVT e CDI lançam terceira edição do Guia para o Uso Responsável da Internet

Jornalistas da redação da revista Capricho, publicação dirigida a adolescentes, se debruçaram sobre uma questão complicada: como tratar a notícia de que dois jovens, ele de 16 anos e ela de 14, anunciaram que iam transar, em frente a uma câmera, e transmitindo a cena na internet? "Isso é um crime? A que tipo de punição essas pessoas estão sujeitas?", perguntou uma repórter da revista, aos participantes do evento de lançamento do Guia para o Uso Responsável da Internet, em São Paulo.O guia, em sua terceira edição, é dirigido a crianças, adolescentes, pais e professores e pretende ser uma ferramenta de diálogo entre os adultos e as pessoas que nasceram depois da popularização da internet. Exatamente para que os adultos, responsáveis pela educação de seus filhos e alunos, saibam como lidar com situações assim. E para que as crianças e adolescentes aprendam como não se expor - nem ao devassamento de sua privacidade nem a conteúdos que podem lhes ser prejudiciais.Rodrigo Nejm, psicólogo e diretor de prevenção da SaferNet, entidade de combate aos crimes e violações aos Direitos Humanos na internet, era um dos participantes da mesa à qual a repórter da Capricho dirigiu suas perguntas. Uma das áreas de atuação da SaferNet é o combate ao aliciamento, produção e difusão em larga escala de imagens de abuso sexual de crianças e adolescentes. "Temos recebido vários casos como esse", contou ele. Para quem esperava uma resposta sobre punição, a parte seguinte da fala de Nejm pode ter sido decepcionante. Mas ela mostrou que, para ajudar crianças e jovens a navegar bem na internet, todos nós precisamos nos educar. ?"Ainda é tabu tratar da sexualidade de crianças e adolescentes", continuou. "Mas ela existe e vai se expressar de alguma maneira. O problema é quando isso acontece sem orientação, sem mediação, sem limites." Com isso, Nejm quis dizer que, embora seja crime produzir e distribuir material de pornografia infantil, em casos como esse os agressores são, também, as vítimas. E que amelhor maneira de tratar isso não é criminalizar as pessoas, e sim discutir mais claramente questões como os direitos sexuais na infância e na adolescência e a vontade de se tornar celebridade, sem se importar como.Mesmo porque, acrescentou o jornalista e apresentador Marcelo Tass, "quando eu tinha 16 anos, transei com uma menina de 14. E isso foi um dos momentos mais bonitos de minha vida". Cada um de nós, continuou Tas, tem a responsabilidade de construir e de compartilhar a ética de que todos necessitamos para viver em sociedade - na internet e fora dela. É terrível imaginar que esses adolescentes não se dão conta de que, para se tornarem, de alguma maneira, celebridades, colocaram na rede algo que não vai mais desaparecer, alertou Tas. "A memória da web não tem fim, essas imagens estarão lá quando eles tiverem 30, 40, 50 anos."Assim, o aprendizado do uso responsável da rede não se dá apenas quando as pessoas estão em frente a seus computadores. Ele exige, para começar, bom senso e diálogo sobre valores do dia-a-dia. Mesmo porque 95% dos crimes que acontecem na rede, explicou a delegada Helen Sardenberg, responsável pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática do Rio de Janeiro, são crimes que existem fora dela e já são tratados pela legislação. "Mas algumas condutas não devem ser encaradas como crime", ressalvou ela. "Não podemos transformar um adolescente que cria uma comunidade em um menor infrator."A educação ainda é a melhor tecnologia, afirma Nejm. "Não é proibir que educa, não é demonizar a rede, ou as lan houses, que previne violações aos direitos das crianças e dos adolescentes", explica. O Guia para o Uso Responsável da Internet, produzido pela Mingau Digital Produções, em parceria com a GVT e o Comitê para Democratização da Informática (CDI), é uma das ferramentas para esta educação. Traz informações sobre as grandes possibilidades de informação e interação da internet; sobre os cuidados que crianças e adolescentes devem ter ao usá-la; sobre como se proteger de eventuais ameaças. E vai além: tem dicas sobre o modo de se comportar nas redes sociais (netiqueta), dicas de sites bacanas para crianças e informações sobre lixo eletrônico.O guia será distribuído, em sua versão impressa, a lan houses, com o apoio do CDI, e a escolas. Também está online, no site www.internetresponsavel.com.br. Usa uma licença Creative Commons, que permite sua livre reprodução, desde que citada a fonte. Escolas e instituições que desejarem mais informações podem entrar em contato pelo e-mail educando@gvt.com.br.Fonte: A Rede

Theme by Danetsoft and Danang Probo Sayekti inspired by Maksimer