Autor original: Marcelo Medeiros
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A conferência sobre economia solidária realizada na manhã do dia 1 foi marcada por críticas ao regime econômico predominante no mundo hoje em dia e por esclarecimentos sobre o tema da economia de soidariedade.
Os palestrantes afirmaram que as mazelas produzidas pelo sistema de trocas devem chegar a um fim rapidamente. O professor argentino jose Luiz Coraggio enfatizou a incapacidade de os grandes organismos de financiamento resolverem os problemas do mundo. "A nota para o atual regime não pode ser outra senão zero", afirmou.
De acordo com o francês Jean Louis Laville, a idéia de economia solidária é antiga. Sociedades de operários da Europa do começo do século XX já procuravam se socorrer e auto-gerir. Apesar de reprimidas, essas práticas deixaram marcas na construção do Estado de Direito. Um exemplo é o crescimento da política de bem-estar social. "Hoje o neoliberalismo procura utilizar algumas dessas idéias para combater a pobreza sem atingir suas causas", alerta.
A economia solidária se baseia na cooperação entre todos os agentes sociais, de trabalhadores a consumidores. A diversidade dessas relações deve ser preservada e estimulada em todos os lugares, segundo os conferencistas. No entanto, ressaltaram a idéia de que os serviços de proximidade - como são chamadas algumas práticas européias - não devem ocupar nichos ou se tornarem complementares à economia atual. "A economia solidária não é uma terceira via, um terceiro setor. Na verdade, queremos construir juntos a micro e a macro economia mundial", afirmou a também argentina Carola Rodrigues.
Para levar essa idéia adiante, é necessária muita paciência e rediscussão dos papéis, principalmente das mulheres, como resaltou a peruana Rosa Guillén, pois elas seriam ainda mais prejudicadas com as práticas sociais atuais. Ainda assim, já mostraram em diversas oportunidades a viabilidade da economia solidária.
A economia solidária é uma marcha silenciosa, mas, como afirmou Carola, "é caminhando que se faz o caminho de outro mundo que é mais que possível".
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