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Assentamento cultural

Autor original: Mariana Loiola

Seção original: Serviços de interesse para o terceiro setor

O Movimento dos Sem Terra (MST) vai promover, de 18 a 24 de março, no Rio de Janeiro, a Semana Nacional da Cultura Brasileira e da Reforma Agrária. O evento tem como objetivo divulgar os resultados dos 18 anos de trabalho do MST, através da exposição da produção e do conhecimento dos sem-terra, espalhados por 23 estados do Brasil. Os artigos apresentados vão desde os produtos agrícolas aos de arte, passando pela produção literária, fonográfica e artesanato.


O trabalho de estímulo à produção cultural no MST é feito por meio de diversas oficinas de arte, do estudo da história do Brasil e clássicos da literatura, cursos de formação e intercâmbio com universidades. A coordenadora do setor de cultura do MST, Elfi Fenske, lembra a importância da cultura para o camponês e para o povo brasileiro. "Um povo sem cultura é um povo desenraizado, desagregado. A produção de cultura nos faz sujeitos da história. Faz parte da nossa identidade. Por isso esse evento também será um espaço de denúncia da imposição da cultura norte-americana no nosso país. Precisamos preservar a nossa identidade criadora e ver a cultura como projeto de nação. Temos que valorizar o contador de história, o tocador de viola e os nossos produtos regionais", afirma.


As atividades serão abertas à visitação do público em geral – estudantes, artistas, pesquisadores, intelectuais, educadores, operários, camponeses e membros de sindicatos, entidades nacionais e internacionais – e para todos os interessados que quiserem interagir.


A programação inclui exibições de filmes e documentários clássicos sobre a luta pela terra no Brasil. Durante a semana, haverá também sessões no cinema Odeon, no Centro do Rio.


As atividades da Semana Nacional da Cultura Brasileira e da Reforma Agrária se estenderão ainda para os campus da UFRJ, da UFF e da PUC e para as favelas do Jacarezinho, da Rocinha, Vigário Geral, Manguinhos e Maré. Os moradores destas comunidades  terão a oportunidade de realizar intercâmbios culturais com os trabalhadores rurais.


"A arte tem um papel fundamental no processo de transformação social. É uma forma de criar um novo olhar para iniciar um processo de diálogo na sociedade", diz Elfi.


As inscrições para as atividades na UERJ poderão ser feitas no dia 18, das 14 às 22h, no térreo, em frente ao hall dos elevadores, no bloco C do Pavilhão João Lyra Filho. Mais informações sobre o evento podem ser obtidas pelo telefone (21) 2587-7963 ou pelo endereço eletrônico culturamst@terra.com.br.


Mariana Loiola

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