Autor original: Maria Eduarda Mattar
Seção original: Notícias exclusivas para a Rets
Além da reciclagem de componentes de aparelhos eletro-eletrônicos, há alternativas que garantem a otimização de computadores e seu aproveitamento até a última das hipóteses. Por exemplo, quando as empresas, principalmente as grandes, trocam o maquinário de sua sedes por mais modernos, frequentemente jogam no lixo os equipamentos antigos. Entretanto, há as que vendem para seus funcionários a preços menores que o de custo ou para empresas especializadas em comprar estes aparelhos para revender, desmembrados ou não. Há ainda a possibilidade de doar as máquinas para escolas populares de informática, que enfrentam justamente dificuldades em comprar equipamentos para suas aulas.
Não só as pequenas iniciativas aceitam doações. O Comitê pela Demoratização da Informática - CDI, um dos maiores centros de popularização de computadores e Internet do país, também aceita computadores e impressoras usados. Segundo o coordenador de hardware e manutenção da instituição, Denilso Lima, "o CDI usa uma configuração mínima nos computadores para as aulas". Se as doações se incluírem nesses padrões, muito bem. Se não, ou a entidade utiliza nos cursos de manutenção de micros ou na oficinas de arte, que produzem pulseiras, porta-copos, chaveiros, prateleiras, entre outros objetos. A terceira e última opção do CDI é mandar para o ferro-velho que fica perto do escritório da instituição no Rio.
Na África, onde a situação de falta de recursos para aquisição de equipamentos é ainda pior, o projeto Resurrecting the Dinosaur mostra que a palavra obsoleto não existe para se referir a computadores, em Gâmbia. O projeto nasceu da percepção que faltava fazer a ponte entre doadores e receptores. Antes do início de suas atividades, há cerca de três anos, o único centro de treinamento em computação fora da capital no país utilizava 386s e 486s. A solução encontrada foi montar nas escolas pequenos centros de treinamento, criando-se toda uma nova geração de alfabetizados digitais. Além de aprenderem a usar computador e enviar e-mail, os alunos também têm aulas de manutenção dos micros. Os resultados incluem 11 laboratórios em funcionamento dentro das escolas e alguns alunos já atuando como instrutores ou profisionais da área. (Mais informações sobre este projeto podem ser obtidas no link Resurrecting the Dinosaur, ao lado)
Info-arte
Além de serem aproveitados em sua totalidade e em sua finalidade primeira, os computadores também ganham outras utilidades. Nas mãos da designer Mariana Brasil, circuitos, cabos, chips e teclas ganham status de jóia. A primeira peça criada pela artesã foi o Teclanel, um anel enfeitado com tecla de computador. O trabalho dela foi aprovado pelo Greenpeace, considerado uma maneira criativa de reaproveitar essa sucata, que, até então, não tinha uso e que demora centenas de anos para se decompor.
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