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Financiamentos para pesquisa de riscos ambientais e impacto na saúde

Autor original: Marcelo Medeiros

Seção original: Serviços de interesse para o terceiro setor

Não é novidade que a saúde humana está diretamente ligada a problemas ambientais. A poluição do ar, por exemplo, estimula doenças pulmonárias. Já a má qualidade da água transmite diversas bactérias, entre outros males. Os números, porém, são surpreendentes. De acordo com relatório da Agenda 21, documento elaborado durante a Rio 92, “80% de todas as doenças e pelo menos um terço das mortes nos países em desenvolvimento estão associadas à água. Pelo menos um décimo da vida produtiva das pessoas é sacrificada devido a doenças relacionadas com a água”. Pensando em contribuir para a amenização desse problema, a Organização Pan-americana de Saúde (Opas), que recentemente firmou convênio com o CNPq, e a Rede Latino-americana de Ciências Biológicas (Relab) irão financiar pesquisas relacionadas ao tema “Riscos Ambientais e seus Efeitos na Saúde Humana” com US$ 20 mil para cada.


Os trabalhos devem abordar a melhora dos sistemas de vigilância e controle dos riscos ambientais que afetam a saúde das populações, integrar conhecimentos, melhorar a administração local dos problemas e também facilitar a transferência de tecnologias e metodologias relacionadas ao manejo dos riscos ambientais que alteram o consumo e repercutem na saúde pública.


Essa troca se refere a outro objetivo do edital: estimular o intercâmbio de conhecimento entre pesquisadores e laboratórios da América Latina e Caribe. Devido a isso os projetos devem ser elaborados por, no mínimo, dois profissionais ligados a instituições de pesquisa públicas, privadas ou universitárias de diferentes países das regiões. Porém, um dos componentes da equipe tem que estar em algum país com infraestrutura física e humana pouco desenvolvidas em ciência e tecnologia de acordo com os critérios dos órgãos financiadores. Os mais avançados em pesquisa de saúde ambiental, segundo o edital, são Brasil, Argentina, Colômbia e México.


As vantagens são para ambos. “Mesmo nos países mais desenvolvidos da região, os temas pesquisados na área de saúde não chegam a 50% dos temas possíveis. Isso faz com que até países sem grande relevância ou amplitude de pesquisas tenham algo a oferecer, pois os enfoques podem ser diferentes. Afinal, é uma área de interesse geral”, diz a representante da Relab, Sônia Dietrich.


A seleção dos projetos será feita por uma comissão composta por cinco especialistas escolhidos pela OPAS e pela Relab. Os critérios de avaliação são a excelência científica do trabalho e dos pesquisadores, relevância, aplicabilidade, contribuição para o intercâmbio e formação dos pesquisadores, distribuição geográfica e orçamentária.


Os trabalhos devem ser aprovados pelas instituições às quais estão ligados e não ultrapassar o limite de 14 meses de execução. Para serem submetidos a aprovação, os projetos devem explicitar os produtos ou resultados esperados e também demonstrar suas implicações a curto e médio prazo para os sistemas de vigilância e programas de proteção à saúde e de controle de riscos ambientais. Entre outros itens (veja a lista completa em “Veja Mais”) a serem detalhados estão um relatório com as condições dos laboratórios onde serão desenvolvidos as pesquisas e um orçamento detalhado de como será investido o dinheiro recebido.


O prazo de inscrição de trabalhos é 28 de junho. Eles devem ser enviados para o endereço eletrônico cabada@elsitio.net ou encaminhados pelo correio, com data de postagem até 20 de junho, ao Dr. Marcelo O. Cabada no endereço Area Biologia Suipacha, 531- Rosario (2000) – Argentina.


Marcelo Medeiros

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