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Mãos à obra!

Autor original: Mariana Loiola

Seção original: Novidades do Terceiro Setor

Botar o trabalhador para trabalhar. Grosso modo, esta é a razão de ser da ONG Apoio ao Trabalhador Autônomo (ATA), que faz a intermediação entre a mão-de-obra da construção civil e clientes em todo o estado do Rio de Janeiro.


O ATA iniciou suas atividades e serviços em 1998 como um programa da Secretaria Municipal do Trabalho e Renda da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Segundo Tânia Barros, coordenadora geral do ATA, a idéia surgiu a partir da constatação da existência de um grande número de trabalhadores autônomos no município, que não tinham nenhuma garantia de renda, em especial os da construção civil, que são a maioria desses trabalhadores. O programa apoiaria esses profissionais garantindo-lhes serviço e a oportunidade de mostrarem os seus conhecimentos para a sociedade. "A tendência do mercado informal é continuar crescendo, por isso a importância desse programa", diz Aline Freire, assessora de comunicação do ATA.


Com a mudança de governo, a prefeitura abandonou o programa, conta Aline. A partir daí, alguns profissionais que atuavam no programa e trabalhadores que eram então atendidos resolveram se unir para reestruturar o ATA. Em 2000, com o apoio da União Européia, o ATA obteve a qualificação de Organização das Sociedades Civis de Interesse Público (OSCIP). Hoje, como uma organização não-governamental sem fins lucrativos, o ATA promove a integração do trabalhador ao mercado, visando minimizar a precariedade das relações de trabalho do mercado informal.


A divulgação dos serviços é feita através de anúncios e matérias na mídia. "A maioria desses profissionais mora na Baixada Fluminense e na Zona Oeste do Rio e não tem como fazer propaganda dos seus serviços na zona sul, onde estão as maiores oportunidades de trabalho", diz Tania. "No ATA, o trabalhador não precisa mais acordar todos os dias preocupado em correr atrás de serviço. Ele é contatado pelo ATA de três a quatro vezes por semana, portanto não fica sem trabalho." Os profissionais cadastrados têm a garantia de sua renda, pois o número de clientes aumenta. "A maioria dos trabalhadores praticamente dobrou a sua renda", afirma Aline.


Apesar da conquista do título de OSCIP, a luta do ATA por autonomia continua. A batalha agora é para garantir a auto-sustentabilidade da organização. Hoje, os recursos para manutenção da organização são provenientes dos próprios trabalhadores, que pagam uma taxa administrativa de R$ 30 mais 10% do valor da obra.


A idéia do ATA é também tornar-se uma incubadora de cooperativas, ou seja, capacitar os trabalhadores para que eles se organizem em cooperativas, tenham a sua própria central de atendimento e atuem em perspectiva de autogestão.


As atividades do ATA beneficiam não apenas os trabalhadores, mas também o cliente, que costuma encontrar dificuldades no acesso a esses serviços. "O cliente pode estar seguro de que o profissional contratado é confiável e fará um serviço bem feito. Além disso, através do ATA, o cliente tem onde reclamar", garante a coordenadora. A garantia de qualidade se deve ao fato de que os trabalhadores são cadastrados somente com a apresentação de documentos, atestado de bons antecedentes, e após aprovação na entrevista psicossocial e teste prático para avaliar o perfil do profissional autônomo. São selecionados somente profissionais sérios, experientes e eficientes. Além disso, eles passam por treinamento com empresas privadas da área da construção civil, através de cursos e palestras para atualização sobre o mercado e tecnologia da área.


Hoje estão cadastrados 55 profissionais, como bombeiro hidráulico, carpinteiro, eletricista, marceneiro, pedreiro, pintor, entre outros. Cerca de 400 trabalhadores estão em processo de seleção. "Esperamos ter 150 profissionais cadastrados até o final do ano", diz a coordenadora.


A solicitação de um serviço do ATA pode ser feita através da internet, na página www.ata.org.br, ou entrando em contato com a Central de Atendimento, pelo telefone (21) 2517-3264.


Mariana Loiola

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