Autor original: Mariana Loiola
Seção original: Os mais interessantes e ativos projetos do Terceiro Setor
Criado em 1995, o Educação pelo Esporte, um dos programas do Instituto Ayrton Senna (IAS) voltados para a elevação dos índices de desenvolvimento humano no Brasil, atende anualmente a 3.400 crianças e adolescentes socialmente excluídos de 7 a 17 anos. Realizado em parceria com seis universidades brasileiras - as Federais do Mato Grosso do Sul, Pará, Minas Gerais, a Universidade de Pernambuco, a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (RS) e a Universidade de São Paulo - o projeto desenvolve noções de cidadania através do esporte. O Instituto irá, em setembro, promover um encontro para disseminar a experiência (ver abaixo).
A idéia do Programa surgiu a partir da ligação direta entre o piloto Ayrton Senna e o esporte. "Aos poucos, pudemos observar o grande potencial educador do esporte, pois é muito atrativo para as crianças e possibilita o seu desenvolvimento pessoal, social, da sua auto-estima, solidariedade, criatividade, além de outras potencialidades", conta Cléo Araújo, assistente do Programa Educação pelo Esporte.
Cada projeto conta com um coordenador geral, que é também professor de Educação Física, e estudantes universitários dos cursos de Educação Física, Pedagogia, Nutrição, Medicina, Odontologia, Psicologia, Artes, entre outros. Os estudantes universitários trabalham como monitores das atividades realizadas com as crianças e os jovens.
DEMANDAS REGIONAIS
Cada projeto busca transformar a realidade local, por isso organiza as atividades de acordo com as características culturais da região e as demandas dr cada grupo. O esporte é sempre utilizado como base para jogos e brincadeiras a fim de que as crianças aprendam a respeito de temas relacionados à cidadania. No Pará, por exemplo, são ministradas aulas de dança moderna e ballet clássico. Em São Paulo, há cursos de futebol, handebol e canoagem.
A partir do desenvolvimento deste trabalho, o Programa pôde constatar que as crianças passaram a valorizar mais a escola, a se expressar melhor, ficar mais auto-confiantes e a se relacionar melhor com a família e outros grupos sociais.
No Programa Educação pelo Esporte, a máxima "o mais importante é participar" é levada a sério. Não é cobrado um nível de rendimento dos pequenos esportistas. "Se alguém tiver talento para se tornar um atleta profissional, estimulamos o seu potencial. No entanto, o nosso objetivo não é desenvolver atletas, e sim, cidadãos", afirma Cléo. Apesar de ser o eixo estruturador do Programa, o esporte não é a única área de atendimento. O trabalho também se apoia nas áreas de saúde, arte e apoio à escolarização.
ENCONTRO EM BELO HORIZONTE
Para compartilhar com outros grupos e instituições o seu aprendizado e experiências acumuladas durante os seus sete anos de existência, o Programa Educação pelo Esporte vai promover, entre os dias 11 e 14 de setembro, o "Passando a Bola – I Encontro de Disseminação da Tecnologia Social do Educação pelo Esporte", na Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte. "Ao longo desses anos, confirmamos que é possível educar pelo esporte. Neste ano de 2002, o programa está suficientemente maduro para disseminar nossa tecnologia social para todo o Brasil", diz Cléo.
Esse primeiro encontro, que vai reunir representantes de 30 instituições brasileiras, faz parte de um conjunto de três módulos. No primeiro módulo, os participantes conhecerão e discutirão, através de relatos e oficinas, os conceitos que fundamentam a prática do Programa. O segundo módulo será realizado em outubro, num estágio de três dias em um dos projetos parceiros, para que os participantes possam acompanhar de perto as atividades do Programa. Dentre as universidades que completarem os dois módulos e que se interessarem em implantar a proposta de educação pelo esporte, serão selecionadas seis para participarem do módulo de implantação do Programa e acompanhamento pelo IAS, no primeiro semestre de 2003. Algumas dessas universidades poderão ser futuras parceiras do IAS.
As universidades interessadas na proposta do Educação pelo Esporte e participar do Encontro devem entrar em contato por meio do correio eletrônico ias@ias.org.br.
EXPANSÃO
Além de implementar essa tecnologia social em mais seis universidades, o Programa Educação pelo Esporte espera, para o próximo ano, dinamizar a Rede de Atletas pelo Brasil, lançada no ano passado, e que reúne esportistas como o tenista Gustavo Kuerten (Instituto Guga Kuerten), o ex-corredor Zequinha Barbosa (Instituto Zequinha Barbosa), a ex-jogadora de vôlei Ana Moser (Instituto Esporte Educação) e os jogadores de futebol Cafu (Fundação Cafu), Raí e Leonardo (Fundação Gol de Letra), entre outros. A idéia é atrair ainda mais atletas empreendedores que queiram desenvolver ações na área social. É mais uma estratégia de peso para difundir a idéia do trabalho de educação pelo esporte e da eficácia da metodologia e das atividades relacionadas.
Mais informações sobre o Programa Educação pelo Esporte na página do IAS (http://senna.globo.com/institutoayrtonsenna/).
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