Autor original: Maria Eduarda Mattar
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Água e energia foram as vedetes das discussões oficiais no terceiro dia da Rio+10, que acontece em Joanesburgo, África do Sul, até 4 de setembro. Pela manhã aconteceu a plenária temática com o tema Água, na qual os participantes concluiram que prover água potável pura, serviços de saneamento e mecanismos de gestão de recursos hídricos para mais de 1 bilhão de pessoas é um dos desafios mais críticos na próxima década.
Paralelamente, a Agência Internacional de Energia realizava uma coletiva de imprensa na qual revelava que um quinto da população mundial não terá acesso a eletricidade daqui a 30 anos. O cálculo leva em conta o crescimento populacional e os padrões atuais de investimento no setor. O diretor-executivo da agência, Robert Priddle, afirmou que não é possível haver segurança de eletricidade em uma parte do mundo se as outras regiões também não tiverem. Ele defendeu também que o mundo todo deve usar energia eficientemente e ter acesso seguro a ela.
Para Priddle, os efeitos provocados pelo fato de, atualmente, 1,6 bilhão de pessoas não terem acesso a energia são justamente o que a Cúpula quer debater: combate à pobreza e caminho em direção a um futuro sustentável. (A Agência Internacional de Energia foi criada em 1974, como um braço da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico.)
Energia também foi o tema da plenária da parte da tarde. A sessão abordou a necessidade de fontes renováveis de energia, conservação, eficiência energética e subsídios para combustíveis fósseis. Paralelamente às plenárias oficias, no entanto, os acordos sobre a questão energética na Cúpula ainda enfrentam antagonismos. O plano de fazer com que até 2015 entre 10% e 15% da matriz energética mundial sejam formados por fontes renováveis esbarra na negligência dos EUA (que, além de não ratificar o Protocolo de Kyoto, ainda não apresentaram na Rio+10 nenhuma proposta sobre fontes de energia renováveis) e a resistência de países que querem que as grandes hidrelétricas sejam consideradas fontes renováveis (opção com a qual discordam ambientalistas e a delegação brasileira, por exemplo).
A Cúpula tem distribuído os debates nos temas prioritários eleitos pelo secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Anan: água, energia, saúde, produção agrícola e biodiversidade. As plenárias, cada uma com um tema, estão estabelecendo as bases para os encontros da próxima semana na Cúpula, quando os líderes mundiais se reunirão para assinar os compromissos. Site oficial: www.johannesbourgsummit.org.
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