Autor original: Maria Eduarda Mattar
Seção original: Notícias exclusivas para a Rets
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Outra inovação que chama a atenção no Fórum Social Mundial 2003 é a inclusão de um quinto eixo temático, enfocando Comunicação, Mídia e Cultura. A novidade significa a oficialização de uma percepção simples: a construção do "outro mundo possível" que se deseja passa pela construção de uma nova cultura e um novo pensar, possíveis graças à comunicação entre pessoas e organizações.
"A comunicação tem uma importância não só pela presença em termos de ocupação do espaço, mas também pela sociedade midiática em que vivemos, onde as questões passam por um olhar mediado pelos órgãos da mídia", afirma Sérgio Haddad, da Abong, uma das instituições organizadoras do Fórum.
Além disso, ele também acredita na importância da comunicação como forma de articulação dos movimentos sociais, opinião compartilhada por Oded Grajew, coordenador-executivo da Associação Brasileira de Empresários pela Cidadania (Cives): "Hoje, o Fórum visa a que os movimentos se articulem, a fazer com que as cabeças não sejam manipuladas e que se construa pensamentos estratégicos, mais críticos".
Para Cândido Grzybowski, do Ibase, no processo de aumentar a participação democrática, a mídia e a questão cultural são cruciais na construção de conceitos e de um novo mundo.
Já Kjeld Jakobsen, da CUT, vai além, afirmando que não só o uso e os espaço nos meios de comunicação é estratégico, mas que a liberalização dos mesmos é crucial. "Não há dúvida que a globalização neoliberal tenha alcançado um grande apoio até a metade da década de 90 principalmente devido ao apoio que obteve dos grandes meios de comunicação. A importância da globalização, da integração, das privatizações, abertura econômica, etc, foi cantada em prosa e verso no mundo todo. O acesso aos grandes meios de parte daqueles que se opõem ao neoliberalismo ou ao menos aos que tem alguma crítica, sempre foi muito difícil. Portanto debater como democratizar o acesso aos meios de comunicação é fundamental. Nada mudará se apenas uma minoria tiver o monopólio dos meios de comunicação. Por razões óbvias, este é um setor que nenhum liberal propõe que seja liberalizado de verdade", opina o dirigete da CUT.
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