Autor original: Maria Eduarda Mattar
Seção original: Novidades do Terceiro Setor
Respeitável público, preparem a pipoca pois estréia no dia 12 de outubro o espetáculo Circo Etéreo, encenado pela trupe Levantando a Lona, um dos projetos do Grupo Cultural Afro Reggae (GCAR). Levando uma combinação de teatro e circo à platéia, a trupe pretende fazer, com o show, uma homenagem a Benjamim de Oliveira, o primeiro palhaço negro a ser conhecido no Brasil (veja box ao lado).
O Levantando a Lona é composto por 22 meninos e meninas entre 8 e 20 anos, a maioria moradora da comunidade do Cantagalo, morro encravado em Ipanema, zona sul do Rio de Janeiro, onde o Afro Reggae tem uma de suas sedes. O grupo já existe há cinco anos, porém este é o primeiro trabalho profissional da trupe. Os jovens vêm ensaiando há quatro meses o espetáculo, que traz malabaristas coreografados por Steven Harper, paradistas treinados por Paulo Mazzoni, trapezistas, acrobatas, cantores, dançarinos e, como não podia deixar de ser, palhaços.
Segundo os organizadores, o ponto alto do espetáculo de uma hora é a aparição do menino palhaço, momento em que, com um pouco de encenação e de palhaçada, Benjamim de Oliveira é lembrado no picadeiro/palco. O homenageado é também quem dá nome ao anfiteatro do Ciep onde será feita a apresentação.
Beth Martins, à frente da direção circense do espetáculo, conseguiu juntar um grupo de profissionais com experiência em teatro de rua e circo. Foi isso que permitiu a criação do espetáculo com a forma que tem, propositalmente um resgate do tipo de espetáculo circense que Benjamim de Oliveira fazia, conjugando teatro e circo. Vanda Jacques, Filomena Mancuzzo, Alice Viveiros de Castro, Amir Haddad são alguns dos nomes envolvidos na criação da apresentação.
O objetivo do Grupo Cultural Afro Reggae é usar a arte e a cultura como forma de profissionalização para afastar os jovens das áreas de risco. Sérgio Henrique Cardoso, coordenador-geral da área circense do GCAR, conta que "tradicionalmente a característica do Afro Reggae é estimular a arte e a educação a fim de desviar do caminho do tráfico e da bandidagem".
O trabalho com a trupe Levantando a Lona não é diferente. "Trabalhamos há cinco anos no Cantagalo com esse propósito e este será o primeiro projeto de porte deles, com apoio da Unesco e patrocínio da Petroquisa. Segundo Sérgio, os meninos têm plena noção da perspectiva que o trabalho com as artes representam nas suas vidas. "Eles tomam como exemplo os rapazes das bandas Afro Reggae e Afro Lata como parâmetro. Inclusive, três integrantes do Levantando a Lona passaram num teste e vão para os EUA trabalhar profissionalmente com circo. Melhor referência que essa, impossível. É um exemplo de meninos que começaram à margem e estão ganhando perspectivas de vida por causa da arte", comenta o coordenador circense.
O espetáculo estréia no sábado, 12, às 19h, no anfiteatro Benjamim de Oliveira, no CIEP Presidente João Goulart (Rua Alberto de Campos, 12, Ipanema, Rio de Janeiro). As apresentações serão todas as sextas e sábados, às 19h. A entrada é franca e senhas serão distribuídas uma hora antes do início da apresentação. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (21) 3472-4092.
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