Autor original: Maria Eduarda Mattar
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No dia 9 de novembro, o Cemina - Comunicação, Educação e Informação em Gênero encerra a capacitação das rádios comunitárias contempladas pelo Concurso Cyberela. Este aconteceu entre junho e julho, com o objetivo principal de propiciar recursos de informática e das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) para 13 rádios comunitárias que trabalhem pela promoção dos direitos humanos das mulheres no Brasil. As representantes das emissoras escolhidas pelo concurso foram divididas em dois grupos: o primeiro participou do treinamento realizado pela instituição no mês passado, enquanto o segundo iniciou as aulas no último dia 4 de novembro. No intervalo entre uma aula e outra, a coordenadora executiva do Cemina, Silvana Lemos de Almeida, conversou com a Rets e contou detalhes sobre a capacitação e sua receptividade.
Rets – Qual a importância do Concurso Cyberela, realizado pelo Cemina, para as rádios comunitárias?
Silvana Lemos de Almeida – A importância deste concurso é que as rádios escolhidas terão duas coisas importantes: primeiro, aparelhagem para começarem a transmitir seus programas vias Internet – computadores equipados com programas próprios e necessários para a edição e transmissão de áudio pela Rede Mundial de Computadores. A segunda é que as rádios também recebem capacitação para uso destas novas ferramentas. Isto poderá agilizar muito o dia-a-dia destas emissoras e proporcionar ganhos como o aumento incalculável no alcance delas (através da Internet, poderão atingir o mundo todo, coisa que - por serem comunitárias e, portanto, locais – não conseguiam). É importante enfatizar que trata-se de integrar as TICs com a rádio que já é comunitária.
Rets – Qual foi a receptividade desta iniciativa? Quantas rádios comunitárias participaram do concurso e quantas foram capacitadas?
Silvana Lemos de Almeida – A receptividade foi excelente, pois cerca de 60 comunicadoras de rádios comunitárias se inscreveram e 13 foram selecionadas para esta capacitação (dez em cidades que têm provedores de acesso à Internet e três em lugares que não existem provedores). O Concurso Cyberela serviu como a abertura de uma grande janela tanto para o mundo virtual quanto para o real para estas pessoas escolhidas.
Rets – Quais foram as vencedoras do Concurso Cyberela? Qual região do Brasil que teve o maior número de escolhas?
Silvana Lemos de Almeida – As vencedoras do Concurso Cyberela são: Rachel Quintiliano - Rádio Bocado Forte e Cleide Gonçalves Ferreira - Sampa.org (São Paulo - SP), Kelly Shulmann - Rádio Comunidade (Nova Friburgo - RJ), Rosmari Castilhos - Rádio Comunitária Belém Novo (Porto Alegre - RS), Geralda Ferraz - Rádio Universitária (Goiânia - GO), Luciene Sardinha - Rádio Rural (Santarém - PA), Edilene de Oliveira - Rádio Comunitária Novo Tempo (Macapá - AP), Ruth Lucimar Gomes - Rádio Difusora (Rio Branco - AC), Micheline Américo - Rádio Quilombo (Palmares - PE), Celia Amaral Gurgel - Rádio Universitária (Fortaleza – CE), Fátima Santágata - Rádio Jagube (Boca do Acre – AM), Rosilda Rio - Rádio Comunitária Arcos (Retirolândia – BA), Iráide Silva Martins - Rádio FM Sucesso (São Luiz Gonzaga – MA).
A Região Norte-Nordeste teve o maior número de comunicadoras escolhidas, contando com oito das 13 que participaram desta capacitação. É neste local que está concentrada grande parte das integrantes da Rede de Mulheres no Rádio.
Rets - O que é e como funciona a capacitação dada às representantes das rádios vencedoras do Concurso Cyberela?
Silvana Lemos de Almeida – A capacitação consiste em aulas misturadas com atividades dinâmicas. O Cemina montou salas onde as comunicadoras escolhidas são treinadas nos próprios computadores ganhos no concurso. Elas estão utilizando programas como o Sound Forge, que permite a compactação dos arquivos de áudio, facilitando os downloads dos programas produzidos por estas rádios comunitárias.
Rets - Existe uma previsão de quando ocorrerá uma nova edição do concurso que permita a capacitação de outras rádios para criar e transmitir programas através da Internet?
Silvana Lemos de Almeida – O Cemina está procurando financiamento para poder realizar novas edições do Concurso Cyberela. O nosso objetivo é ampliar o acesso das comunicadoras a estas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs).
Rets – Além do Concurso Cyberela, quais as outras estratégias do Cemina para ampliar a divulgação do trabalho desenvolvido pela Rede de Mulheres no Rádio?
Silvana Lemos de Almeida – Continuamos trabalhando nas capacitações locais, distribuídas pelo Brasil. A Rede de Mulheres no Rádio, na verdade, surgiu a partir das capacitações que vêm sendo realizadas desde 1989, que já somam mais de 300. Em julho passado fizemos o treinamento de 35 pessoas em cinco cidades do sertão pernambucano (Parnamirim, Iguaraci, Serrita, Verdejante e Solidão), transformando-os em agentes multiplicadores. Elas tiveram acesso a informações que facilitaram a sua convivência com a seca no seu dia a dia. Um exemplo desta capacitação realizada pelo Cemina é o incentivo à cultura de uma planta chamada Moringa, que filtra a água e permite o seu consumo pelos seres humanos.
Além disso, em julho deste ano, a programação da Rede de Mulheres no Rádio passou a ser veiculada na Rede Mundial de Computadores em caráter experimental e a estréia oficial ocorreu em setembro.
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