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Jovens experiências

Autor original: Maria Eduarda Mattar

Seção original: Notícias exclusivas para a Rets

A importância da ação dos jovens no trabalho de prevenção e sensibilização dos próprios é claramente sentida pelos participantes de projetos desta natureza. É o que nos contam os relatos de Márcia Cristina Lemos dos Santos e Daniela Araújo.

Márcia, de 21 anos, é estudante de medicina da UniRio e integra o grupo de universitários que saem a campo em São João de Meriti e em escolas para levar a mensagem dos projetos Jovem Voluntário DST/Aids e Nova Semente, ambos da Fundação Mudes. Ela foi avisada da possibilidade do trabalho voluntário em DST/Aids por uma amiga e se envolveu com o projeto em junho de 2002. “Com certeza o fato de sermos da mesma faixa etária do público que queremos atingir é fundamental. É muito comum as pessoas, os pais principalmente, virem falar: vocês têm que conversar com os jovens. Com a conversa entre jovens – continua Márcia – o papo fica mais fácil, não é nada ameaçador”.

Segundo ela, por vezes os participantes dos projetos acabam se tornando conselheiros, com quem as pessoas atendidas pela iniciativa vão tirar dúvidas, saber se devem ir a médicos etc. Isso acaba extrapolando a intenção primeira do projeto, que é estimular o uso do preservativo nas relações sexuais. “Estamos ali para prevenir doenças, não para induzir a fazer sexo ou deixar de fazer”, reflete a universitária.

Para Márcia, a maior recompensa é poder passar informações importantes de saúde, que podem ser úteis para as pessoas. “O mais gratificante é poder passar a informação. A opção de usa-la cabe a eles. Porém, em muitas situações, ter a informação já faz a maior diferença”, testemunha.

Experiência muito semelhante relata Daniela, integrante há três anos do grupo Nós na Fita, que está concluindo o projeto Um Olhar Sobre a Aids, realizado majoritariamente em comunidades de baixa renda de Niterói. Aos 18 anos ela se diz uma das maiores beneficiadas pela iniciativa. “Aprendi muita coisa, mudei muito meu pensamento. Aprendi coisas que não sabia ou que achava saber”.

Para ela, o maior retorno que sentiu com sua participação no projeto é um misto de satisfação pessoal e sensação de estar contribuindo para uma coisa maior: “É saber que se está fazendo algo - um trabalho de formiguinha – mas que interfere na vida das pessoas. Você vê as pessoas mudando um pouco. Não existe certo ou errado. Não estamos ali para derrubar valores das pessoas. Elas só têm que ter direito à saúde. E, para isso, fazer discutir o assunto é primordial”, conclui, com uma clareza de idéias pouco encontrada na sua idade e classe social.

 


Maria Eduarda Mattar

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