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Telecentro com acessibilidade total

Autor original: Julio Cesar Brazil

Seção original: Novidades do Terceiro Setor

Atualmente a cidade de São Paulo tem 19 telecentros em funcionamento e no próximo dia 11 de dezembro, a capital paulista ganhará o seu 20º centro de acesso gratuito à Internet. Porém, com uma particularidade - acessibilidade total para portadores de deficiência. A iniciativa é fruto da parceria entre o Instituto Efort de Ação Social, Cultura e Educação e Governo Eletrônico da Prefeitura de São Paulo. O 1º Telecentro com Acessibilidade Total para Portadores de Deficiência pretede atender 1.300 pessoas por mês e funcionará no próprio Instituto Efort.


A instituição tem como missão básica realizar iniciativas de ação social, educação, pesquisa e desenvolvimento em energia, informática, meio ambiente e telecomunicações. O intuito é desenvolver projetos que permitam a inclusão de portadores de deficiências em programas de formação, profissionalização e de integração na sociedade e no mercado de trabalho. Segundo a presidente da instituição, Maria Regina Cazzaniga Maciel, após analisar as propostas dos telecentros do Governo Eletrônico da Prefeitura paulistana, a direção da entidade percebeu a inexistência de um projeto para a criação de centro de acesso gratuito à Internet voltado aos portadores de deficiência e resolveu preencher esta lacuna. "Assim apresentamos a nossa proposta no sentido de estender convenientemente a este segmento da população esse projeto de inclusão digital", afirmou Maria Regina.



O local de funcionamento desta iniciativa está totalmente adaptado para atender essas pessoas, com rampas, portas e banheiros especiais para deficientes físicos, sinalização, softwares e materiais educativos para cegos, monitores que usam a língua de sinais para surdos, sistema de apoio educacional para deficientes mentais ou com dupla deficiência. A presidente do Instituto Efort afirmou que esta ação está funcionando extra-oficialmente desde 2001 e que o telecentro trará grandes benefícios para os alunos, com os cursos da área de informática, voltados para o mercado de trabalho, por exemplo.O centro de acesso também possibilitará que seus frequentadores utilizem os serviços, públicos ou não, disponíveis on-line - e receberão orientação para isto. 


Maria Regina comentou que a criação de novos telecentros com acessibilidade total depende da Prefeitura de São Paulo, mas que o Instituto Efort poderá elaborar programas semelhantes. "De nossa parte poderemos criar outros projetos similares em qualquer parte do país, treinar os profissionais e dar assessorias para os interessados como prefeituras ou empresas privadas".


O 1º Telecentro com Acessibilidade Total para Portadores de Deficiência utilizará o sistema operacional GNU/Linux, que usa a filosofia software livre. O sistema é uma alternativa economicamente viável para estas pessoas que não têm condições financeiras para comprar programas, além de ser moldável às necessidades de cada pessoa - facilitando a elaboração de programas específicos para portadores de deficiência. "A usabilidade do GNU/Linux está se mostrando muito boa na medida que favorece o entendimento e a produção de trabalhos", explicou Maria Regina. Para a presidente do Instituto, as vantagens de usar este sistema é que além de ser gratuito, ele permite uma boa interatividade entre as pessoas que o utilizam. "Na prática, esta interatividade permite que se crie recursos e se faça colaborações para implementar o sistema", explicou.

Os portadores de deficiência que freqüentarem o telecentro poderão fazer cursos de informática. Nestas aulas, eles aprenderão a utilizar programas de editoração de textos, planilhas e apresentações entre outros, além de participarem de oficinas de criação de sites. Os cursos serão ministrados por monitores que foram capacitados pelo Instituto Efort. A escolha destas pessoas foi realizada após uma criteriosa seleção. Maria Regina citou o exemplo de uma das monitoras, que é deficiente auditiva e utiliza a linguagem de sinais, além de ser oralizada.

A presidente da instituição explicou que este apoio educacional funcionará como um atendimento paralelo individualizado e lembrou uma particularidade importante no centro: "as propostas de inclusão serão geradas a partir de criação de dinâmicas que favoreçam essa possibilidade entre pessoas com alguma deficiência e sem deficência", concluiu.


 


Julio Cesar Brazil

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