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Não à guerra

Autor original: Maria Eduarda Mattar

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O "não à guerra" já tem data marcada em todo o mundo: 15 de fevereiro. Este é o dia em que milhões de pessoas sairão às ruas em mais de 50 cidades em quatro continentes para pedirem paz e se oporem à iminente guerra contra o Iraque - cada vez mais perto de se tornar concreta. Principalmente depois que o Secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, apresentou ao Conselho de Segurança da ONU (na quarta, 5 de fevereiro) fatos que, defende ele, comprovam a existência de armas de destruição de massa em posse do governo iraquiano. Powell não convenceu, entretanto, Rússia e França - dois dos cinco países com poder de veto no Conselho - mas conseguiu arrebanhar o apoio da opinião pública dos EUA.

Para tentar deter a sanha bélica dos EUA é que a sociedade civil mundial se une no dia 15 de fevereiro. Curiosamente, as manifestações se darão um dia depois da suposta apresentação do novo relatório dos inspetores de armas das Nações Unidas. Se Hans Blix e Mohamed ElBaradei não assegurarem ao mundo que o governo Saddam Hussein não tem armas de destruição de massa, a provável data de declaração de guerra ao Iraque seria justamente o dia 15 de fevereiro.

A idéia de fazer uma mobilização global de repúdio à guerra surgiu durante o Fórum Social Europeu, ocorrido em Florença, Itália, em novembro de 2002. "Desde dezembro em toda a Itália e Europa têm acontecido centenas de iniciativas locais e regionais para promover as marchas pela paz no dia 15", explica Giosuè De Salvo, participante do Fórum Social Europeu e um dos organizadores das atividades italianas. As adesões à idéia já vinham crescendo, mas foi durante o Fórum Social Mundial que a campanha ganhou ares globais, quando, na Assembléia dos Movimentos Sociais, foi referendada por diversas organizações que agora programam atividades em suas cidades de origem.

No Rio de Janeiro, uma das entidades que tomou a frente da mobilização foi a CUT que - junto com o MST, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), o Plano de Ação do Cone Sul (PACS), a União de Estadual de Estudantes (UEE) e Viva Rio, entre outros - instala na segunda-feria, dia 10, o Comitê pela Paz e Contra a Guerra. O evento será na sede da ABI, no centro do Rio. Para o dia 15, também já está programado um ato, com concentração na Praia de Copacabana, em frente ao Hotel Meridien.

Estarão presentes de artistas a sindicalistas. "Neste dia, quanto mais gente aparecer, melhor para que não tenhamos que fazer, depois, atos de 'pare a guerra' ", convoca Cláudia Santiago, assessora de comunicação da CUT-Rio. Os participantes de um evento que a Associação Mundial de Rádios Comunitárias estará promovendo no mesmo dia também se juntarão à marcha, às 15h.

Em São Paulo, o dia 15 de fevereiro também será marcado por uma caminhada. Na capital paulista, o MST é uma das organizações articuladoras do ato, que sairá do vão central do MASP e seguirá em direção à Praça da Paz, no Parque do Ibirapuera. Está previsto um show para o encerramento da marcha. "No Brasil ainda estamos um pouco tímidos. Por isso, quanto mais cidades organizarem suas próprias mobilizações, melhor. Em São Paulo, a partir da avaliação deste primeiro ato, outras atividades serão debatidas para manifestar a contrariedade à guerra. A idéia é ampliar cada vez mais, convocando todos que se opõem aos conflitos", diz Valquimar Reis, do MST-SP. Além do Movimento, organizações como a CUT, algumas pastorais, o Comitê contra a Alca, UNE e sindicatos estão envolvidas na preparação do ato em São Paulo.

Serviço:

A CUT e o MST também estão liderando manifestações em outros estados. Contacte a sede regional destas instituições para saber que mobilizações estão programadas em sua cidade. Para saber sobre atividades na Europa e especificamente na Grã-Bretanha, veja links ao lado.


Maria Eduarda Mattar

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