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Internet colaborativa

Autor original: Marcelo Medeiros

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“Marketing hacker”, “MetaReciclagem”, “Mídia Tática”, “Cluetrain”, estruturas “caórdicas”, “linkania”. Esses são alguns dos novos termos que Hernani Dimantas, autor do livro “Marketing Hacker - A revolução dos Mercados”, Felipe Fonseca, organizador do projeto Metáfora e Dalton Martins, coordenador do projeto MetaReciclagem, utilizam no seu dia-a-dia, reflexo das novas práticas e possibilidades trazidas pela Internet. Os três fazem parte de comunidades virtuais que procuram desenvolver todo o potencial de comunicação da rede mundial de computadores por meio de sites, blogs, desenvolvimento de ferramentas e tudo que for possível.


Fanáticos pela Internet, eles defendem que ela está revolucionando os meios de comunicação em todo o mundo por descentralizar a produção da mesma. Este processo estaria revalorizando a comunicação inter-pessoal, sobrepujada ao longo do século XX pela voz dos meios de massa. Mais do que isso, para eles, a Internet seria o berço de uma nova cultura, onde deixam de existir hierarquias editoriais, substituídas pela colaboração comunitária e a integração entre culturas locais e globais. Entre essas iniciativas está o projeto MetaOng, ramificação de uma iniciativa maior, o projeto Metáfora.


Hernani, Felipe e Dalton também falam sobre a necessidade de projetos de inclusão digital, mas de uma forma diferente, voltados para o desenvolvimento da inteligência coletiva ao invés de aprendizado de ferramentas voltadas para o mercado. A entrevista, como não podia deixar de ser, foi realizada numa sala de bate-papo virtual.


 


Rets - Hernani, você já disse uma vez que “o marketing hacker foi desenvolvido como projeto de mídia tática". O que é marketing hacker e qual a sua função tática?


Hernani - O marketing hacker (MH) é um projeto que não tem nada a ver com ferramentas para vender mais. É uma análise de como a tecnologia está rompendo os paradigmas dos negócios como conhecemos. A mídia tática não visa repetir o conceito de comunicação de massa. Subverte pela negação e pela reciclagem da linguagem imposta. É a revolução dos mercados que sentem que a comunicação de massa não atende aos anseios da sociedade. E buscam a descentralização da informação. O MH está calcado no que chamamos de revolução da voz. Ou seja, a forma de expressão não pressupõe a comunicação de massa como estratégia.


Felipe Fonseca - Eu quero acrescentar algumas coisas sobre a mídia tática. Ela surge em um contexto de barateamento e popularização das ferramentas de comunicação. E trata-se também de utilizar as ferramentas típicas da comunicação de massa para alcançar os objetivos de grupos que não têm acesso à grande mídia. Além do meio, a Internet, a mídia tática tem as próprias ferramentas –câmeras, editores gráficos e de imagem, etc.


Dalton Martins - Creio que a mídia tática carregue o legado da contracultura dos anos 60. O fanzine se transformou em blog.


Rets - Como essa descentralização pode colaborar para melhorar a mídia de massa?


Felipe - Não creio que se trata de melhorar, mas também não é oposição direta. Creio que a mídia alternativa / independente / tática supre algumas necessidades que a mídia de massa não tem como preencher. Principalmente por um fato que o Hernani ressalta sempre: são pessoas falando com pessoas.


Hernani - Não vai melhorar a mídia de massa. Pois existe uma fragmentação nesse processo. A arquitetura da rede não permite a comunicação de massa. A mídia tática , via google e afins, se espalha, infiltra e obriga algumas pessoas a darem atenção a isso. Num ambiente onde qualquer pessoa pode publicar as suas idéias, a descentralização da informação é uma tendência real. E as pessoas começam a ter reputação pelo que falam.


Rets - Quais são essas necessidades, citadas pelo Felipe, que a mídia de massa não tem como preencher?


Felipe - Necessidade de, como ser humano, eu reconhecer outro ser humano pela voz. É o Manifesto Cluetrain. A necessidade de ser informado não por uma "voz" institucional, correta e límpida, mas sem graça nenhuma, e sim por uma pessoa. [O escritor argentino Jorge Luis] Borges, no "Esse Oficio do Verso", falou que o importante não é acreditar na história, mas no personagem que a conta. E tem todo um processo de desestabilização das certezas do século XX. As pessoas estão em busca de novas formas de se relacionar consigo próprias, com o outro e com o grupo. As diversas formas de interação de grupo através da Internet (e não na Internet) estão se consolidando, lentamente, como um novo tipo de interação social. Assim como foi com o telefone.


Hermani - As necessidades? Acho que a idéia de comunidades colaborativas é uma novidade no Brasil. Mas vejo que é um processo que está se desenvolvendo com muita rapidez. Por um lado as pessoas ressuscitam a voz, e por outro, se juntam em comunidades para conversar. Esse é o fenômeno da linkania. Temos que diferenciar as mídias. A mídia tática é inclusiva. Isso é implícito em todos os pensadores deste final de milênio, vide [Edgard] Morin, [Pierre] Levy, [Domenico] De Masi. A Internet é apenas uma tecnologia. O importante são as pessoas.


Dalton - Por um processo de individualização, eu busco no outro a confluência, não o reconhecimento, mas o encontro. Essa necessidade está em todos os cantos da web.


Rets - Por falar em Manifesto Cluetrain, ele diz que "em apenas alguns anos, a atual homogenizada "voz" do negócio - o som das missões corporativas e prospectos - parecerá tão rebuscada e artificial quanto a linguagem da corte francesa do século 18". O que a substituirá, se é que é possível afirmar?


Felipe - Eu acho que a voz da maioria dos negócios já é artificial. A famosa publicidade brasileira é criativa, funciona, mas para aqueles 5% de empresas que tem muito dinheiro para mídia.


Hernani - Não sei se é o caso de substituir. As empresas não são gente, não têm sentimentos e instintos. As pessoas sim. A voz pura, que vem do coração é uma tendência inexorável.


Rets - Esse processo de links, conversas virtuais etc torna as pessoas mais informadas e mais exigentes quanto ao conteúdo da Internet? O surgimento de novos movimentos políticos na rede demonstra isso?


Felipe - Não necessariamente. Não é possível determinar como a Internet influencia as pessoas, como foi possível com a fotografia, o cinema, o rádio e a televisão. A Internet tem um nível maior de complexidade e a possibilidade implícita de múltiplos níveis de interação... Não é necessário aderir à toda a profundidade do meio para utilizar a Internet. Cada pessoa vai encontrar sua sintonia.


Hernani - Não creio que mais exigentes, mas são mais expostas ao confronto, a um convite do diálogo como um mural público. Acho que a Internet favorece o debate ativista, bem como favorece a organização da sociedade civil.


Rets - A mídia tática não é inclusiva só para quem tem acesso à rede? Como ficam os que estão fora dela nesse processo?


Hernani – Sim, mas existe um processo de descentralização. Quantas pessoas dominam a mídia tradicional no Brasil? Através da Internet temos muito mais gente falando. E sem cortes, censura ou olhares dos editores. Acho interessante projetos que utilizam a Internet para uma inclusão analógica.


Felipe - Não, a mídia tática trata, entre outras coisas, de trazer a público o que geralmente ficava confinado a discussões acadêmicas burguesas. Assim, temos um pessoal grafitando no centro de São Paulo, temos as intervenções públicas do [grupo ativista] ProvOs no ano passado em Belo Horizonte e teremos um evento no próximo mês em Sampa. Há um projeto de montar uma rádio online e utilizar transmissores FM de baixa potência para replicar a transmissão, para ser captada por qualquer radinho de pilha.


Dalton - Mídia tática não se resume à web. Mídia tática é a intervenção midiática no espaço, seja ele virtual ou não. São adesivos, camisetas, bottons, etc. O botton da camisa não anda apenas pelo ônibus, permite que eu o cole no meu site e o passe adiante. Linkania. É a experiência da Rádio Muda, aqui de Campinas. Em questão de minutos, os estudantes saíram da sala de aula e foram evitar que a polícia fechasse a rádio. Tudo pela web e a radinho. Muito bom isso. Um spam na web de quem estava nos laboratórios conectados gerou uma repercussão muito boa.


Rets - Por falar em organização da sociedade civil, como funciona o MetaOng? Como fazer para participar?


Felipe - O MetaOng é uma publicação aberta voltada ao terceiro setor. Qualquer pessoa pode se cadastrar e enviar conteúdo. Esse conteúdo entra em uma fila de moderação, onde qualquer usuário cadastrado pode votar pela inclusão ou não da notícia na página inicial. Se for atingido um patamar mínimo, ela entra. Qualquer usuário ou visitante pode também tecer comentários a respeito de todas as notícias.


Hernani - O MetaOng tem o objetivo de criar um debate sobre o terceiro setor. A participação é aberta a qualquer um, que inclusive pode postar, comentar e principalmente moderar. A figura do editor foi repassada para a comunidade. Acho muito legal esse tipo de publicação onde a própria comunidade é responsável pela dinâmica do conteúdo. São eles que conduzem o site.


Rets - Como funciona a moderação?


Felipe - É desse tipo de descentralização que falamos: libertar as comunidades da dependência de organismos centrais, editores, diretores. É trabalhar a auto-organização. Caos + Ordem = caordem.


A moderação é coletiva. É uma das tendências dos sistemas abertos de publicação. Na verdade, tudo começou com o Slashdot, o site de notícias sobre tecnologia, que começou a utilizar a moderação aberta. Para os projetos do Metáfora, utilizamos um sistema aberto de publicação, disponibilizado como software livre. Chama-se Drupal e foi desenvolvido principalmente por um grupo de dinamarqueses.


Hernani - Esse é um processo aberto. Muito Cluetrain, pois é uma forma de expressão verdadeira e com propósitos honestos. As empresas, o governo e até mesmo as ONGs deveriam entender as suas próprias comunidades de interesse. Chamamos isso de redes “caórdicas”.


Dalton - É a forma como funcionamos enquanto projeto Metáfora. Não há uma rede organizacional pré-estabelecida.


Rets - Qual a opinião de vocês sobre propostas de controle da Internet e seus conteúdos?


Hernani - É isso que os poderosos adorariam fazer. Controlar as pessoas assim como controlaram durante todo o século da comunicação de massa. Mas não creio nisso, pois o conteúdo mais interessante da Internet não vem da velha mídia de massa, dos grandes portais ou das empresas. O melhor da Internet são as vozes do centro da Terra. Bem, penso que esse controle vai se intensificar. Os poderosos de plantão têm medo de perder regalias. Mas, assim como o MP3, a batalha vai se travar em tribunais. Os caras vão gastar muito com advogados, mas não vão ganhar. Parafraseando o escritor Chris Locke, a revolução está sendo impulsionada pelo MPEG (“The revolution will be streamed In MPEG”).


Dalton - Não creio que se possa controlar o conteúdo. Não seria mais Internet, seria outra coisa. Além disso, o p2p [peer-to-peer, troca direta de informações entre usuários] é a morte definitiva de qualquer controle. Temos as ferramentas para a construção de uma rede livre. Não vejo como controlar isso. São os ratos que nunca falaram. Esses têm algo a dizer e não apenas a replicar.


Felipe - É impossível controlar sem perder a liberdade. O problema é que estão querendo punir todos pelos males de uma parte dos usuários. Acredito nas comunidades como facilitadoras de uma certa auto-organização. Mas não acredito em formas intrusivas de controle. O limite entre a proteção da "moral" e o autoritarismo é muito tênue. Sobre batalhas em tribunais: são as batalhas do passado. Vide Napster [programa de troca de MP3, arquivos digitais de música]. O sistema em si quebrou, sumiu. Mas os usuários continuam baixando MP3, de uma forma ou de outra. Se a indústria fosse um pouco mais esperta, poderia tirar proveito do comportamento dos usuários para inovar ainda mais e realmente criar novos tipos de experiência para as quais os usuários atribuíssem valor. Pesquisas mostram que os usuários de MP3 compram mais CDs.


Rets - Há maneiras de não deixar a Internet se tornar mais uma mídia controlada?


Dalton - Sim, é o que falei do p2p. É a briga do Kazaa [programa de troca de arquivos digitais de aúdio e vídeo] nos tribunais. Enfim, depois da alfabetização tecnológica, temos formas de escrever sozinhos.


Hernani - A tecnologia que está disponível não é de fácil controle. Acho que cada vez que se tenta controlar algo, aparece uma nova ferramenta libertaria. Vide Napster e pense Gnutella [outra comunidade de troca de arquivos MP3].


Felipe - Não acho que seja uma ameaça tão grande. Ainda.


Rets - Voltando ao tema da exclusão digital. Quais são as soluções para ela e qual a avaliação dos projetos de combate que estão em andamento, como telecentros comunitários?


Dalton - Nossa proposta é o MetaReciclagem. Acho os telecentros uma iniciativa válida, mas é preciso repensar sua função educacional. Não podem apenas fornecer acesso.


Hernani - A inclusão digital passa pela publicação. Pois na Internet o silêncio é fatal. Acho também que o MetaReciclagem é um projeto interessante, pois adequa a tecnologia (a utilização de softwares livres) à capacidade dos computadores doados. Creio que o fator mais complicado está na conexão.


Felipe - MetaReciclagem é o primeiro passo do Metáfora nesse sentido. Na verdade, as iniciativas de "inclusão" costumam manter o foco no aprendizado de ferramentas "que o mercado exige" e no acesso à informação. Nós trabalhamos com outras hipóteses: a produção e criação de comunicação, o compartilhamento de conhecimento, a inteligência coletiva baseados na reutilização dos refugos da indústria, de tudo aquilo que a última campanha publicitária de processador diz que é o passado. Falamos também em mais dois aspectos: integrar comunidades geograficamente distantes e estimular o diálogo entre cultura local e cultura "global".


Dalton - Temos uma preocupação muito grande em não apenas fornecer máquinas, mas poder de voz. Isso é uma diretriz do projeto. Esse passado que o Felipe falou são pequenas letras que vamos juntando numa metáfora educacional mais abrangente do que reciclagem. Queremos reeducar, deslocar o foco da produtividade para a interatividade. Isso gera o acesso crítico.


Felipe - Sim, a sede de renovação, o fetiche pela última tecnologia, a necessidade de "estar atualizado", a ansiedade de informação. Estamos na contra-corrente de tudo isso.


Rets - Vocês falam muito do MetaReciclagem? O que ele é e como funciona?


Dalton - Eu gostaria de deixar claro esse aspecto educacional, na verdade, a amplitude do projeto. Não quero que sejamos conhecidos pela reciclagem, que é um trabalho legal, apenas a ponta do que estamos fazendo.


Felipe - O MetaReciclagem encontrou um pé no mundo real a partir de uma associação com o Agente Cidadão, uma ONG que recolhe doações ("materiais") em toda a cidade de São Paulo. Nós entramos com a responsabilidade de pegar tudo o que tivesse relação com informática e deixar pronto para o uso. O agente cidadão encaminha, em seguida, para instituições. Estamos, ao menos temporariamente, utilizando uma loja cedida pelo Shopping SP Market, na zona sul. O que eles recolhem de PCs, impressoras, Macs, modems, cartuchos, hubs... Já temos quase pronta essa estrutura, está faltando na verdade um link: conexão à Internet pelo laboratório. Atualmente, o Dalton trabalha durante o dia no laboratório e tem que pesquisar e relatar à noite.


Dalton - Temos uma estrutura logística que partiu do Agente Cidadão. Mas essa conexão não se fará apenas via material doado, mas sim numa interatividade que estamos pensando. Conectar as entidades beneficiadas, criar uma rede livre e colaborativa em cima da reciclagem.


Rets - O "pegar tudo em relação a informática" é reformar computadores e deixá-los prontos para uso?


Dalton - Sim, pegamos o material, testamos, aproveitamos o que der, consertamos o que temos possibilidade e reciclamos o que for "inútil". Tudo nos interessa. Desde gabinetes vazios, teclados quebrados, enfim, tudo pode ser redirecionado para uma outra cadeia de consumo. Isso é bom destacar: precisamos urgente de uma conexão web. Meu trabalho está super artesanal sem isso. O projeto tende a materializar muitas idéias que rolam no Metáfora. Queremos ter nossa experiência e propor novas idéias.


Felipe - Temos a possibilidade de já atuar nas instituições e associações às quais os computadores serão doados, e fazer todo aquele trabalho de integração, educação e valorização das vozes da comunidade.


Rets - Falem um pouco mais do Metáfora.


Hernani - O Metáfora é uma chocadeira colaborativa. Um grupo de pessoas que tem interesse na catalisação do conhecimento.


Felipe - Metáfora é um brainstorm constante, uma realizadora de projetos totalmente independente e colaborativa.


Rets - Assim se daria o início do controle da mídia pelos cidadãos?


Dalton - Sim. Você distribui pequenos alto-falantes plugados numa rede em que um não sobrepõe o outro, mas se conecta. O anseio reverberado pela necessidade é o que buscamos contemplar. Não é controle, mas ocupar o espaço. Plantar sua bandeira e ver qual efeito dela.


Felipe - Mas não vejo exatamente como "controle". Eu discordo quando alguém diz que a Internet é um meio democrático. A Internet me parece um meio com fortes tendências anárquicas e “caórdicas”. Falo de caos e emergência de padrões.


Hernani - Não dá para controlar. Você precisa ter muita reputação para poder circular nessas comunidades. É um processo reverso ao controle, um processo de linkania.


Rets - Que assuntos vocês gostariam de ver discutidos na Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação, que acontece em dezembro, em Genebra?


Dalton - Eu gostaria que realmente se pensasse no termo sociedade da informação. A coisa está gasta e tem um baita fundo ideológico por trás. Precisa trazer de volta, pensar isso. Em tese, tudo isso é muito bonito, precisa implementar para ver qual é.


Rets - Uma das críticas que se está fazendo é o predomínio das corporações, que querem restringir a cúpula ao comércio eletrônico e outros assuntos de seu interesse...


Felipe - As corporações estão sofrendo severas críticas da sociedade em escala crescente. Deveriam começar a ouvir o que as pessoas querem. Eu não tenho nada contra empresas, acho exagerados esses movimentos anti-globalização, anti-capitalismo, anti-Alca etc. Acredito nas pequenas e médias empresas, que no Brasil respondem pela maior parte dos empregos. Agora, as mega corporações que tratem de ouvir as pessoas. Eu sei que é difícil logo depois do século XX pedir isso. Mas elas não têm mais noção da realidade.


Hernani - Sim, existe uma tentativa de restrição. O comércio eletrônico não vai funcionar enquanto não existir uma participação em comunidades mais efetiva. Pois a mídia na Internet está mais para as comunidades (leia-se pessoas nas comunidades) do que para as massas. A questão não é que as empresas precisam nos ouvir porque somos rebeldes sem causa. Eles precisam nos ouvir para determinar a própria sobrevivência. Os mercados estão migrando para as mãos das pessoas comuns, e as empresas já não são as únicas responsáveis pela estratégia de marketing. Eles têm que compartilhar com as pessoas comuns. Acho que a publicidade está perdendo o reino para a informação. As pessoas buscam informação relevante.


Felipe - Eles acreditam em pesquisa de mercado! Digo, eu sou branco classe A, 20-30, então devo gostar de forró? Faça-me o favor. A verdade é que o mundo já não é tão previsível como era no século passado. As empresas, em vez de se adaptarem, estão tentando parar o ritmo da história. E, sinto muito dizer, não vão conseguir.


Hernani - Eles não entendem que a Internet é uma avalanche, uma ola digital, um tsunami que está destruindo as estruturas impostas pela revolução industrial.


Dalton - Concordo com o Felipe. Essa demonização não leva a nada. A coisa é pensar nos usos e não nos títulos. Pesquisa = pesquisa de recursos humanos. Rótulos para aquilo que se quer ouvir. A avalanche é uma reestruturação do que está por aí. Vejo isso como degenerar, destruir e recriar a partir de novas referenciais. Queremos apontar setas nessas novas direções.


Rets - Algum recado para os internautas?


Dalton - Queremos cada vez mais participar, agregar, distribuir, enfim, dar voz a essa caordem que se passa em nossa cabeça. Metáfora é esse eterno convite a essa diversidade.


Felipe - Metáfora é uma festa de idéias legais. Se você não acha nossas idéias legais, esteja convidado a vir melhorá-las. Somos colaborativos.


Marcelo Medeiros

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