Recursos para a conservação

Autor original: Marcelo Medeiros

Seção original: Serviços de interesse para o terceiro setor

Organizações governamentais e não governamentais que possuam projetos de conservação do meio ambiente orçados em até R$ 40 mil podem enviar, até 31 de março, propostas de financiamento para a Fundação O Boticário. São entre R$ 300 mil e R$ 500 mil disponíveis nessa primeira chamada do Programa de Incentivo à Conservação da Natureza da entidade. A segunda acontece em agosto. Há quatro linhas de apoio: unidades de conservação; pesquisa e proteção da vida silvestre; áreas verdes e outros auxílios. Em todas a preferência será dada a ONGs e o prazo deve ser de execução de 12 a 24 meses. O formulário de inscrição está disponível no site da Fundação (veja link ao lado).

As propostas serão julgadas em junho e devem ser implementadas a partir de agosto, com exceção das que se encaixarem na linha de outros auxílios. Para estas, não há prazo de inscrição. Porém, elas têm que ser enviadas até 60 dias antes de seu início para serem aprovadas. A resposta será dada em 30 dias, de acordo com a Fundação O Boticário. Projetos já aprovados pela Fundação podem concorrer novamente, mas devem ser apresentados como novos.

Os projetos serão avaliados de acordo com sua análise técnica, a verificação financeira e análise da relação custo-benefício e da viabilidade de implantação do projeto em três etapas. A primeira avaliação será feita por 90 consultores, entre profissionais, professores e técnicos em meio ambiente. Após esta etapa, cinco avaliadores serão selecionados para formar um comitê técnico, que irá recomendar ou não as propostas pré-aprovadas

O Boticário, desde antes da criação de sua fundação, financia projetos conservacionistas. “Em decorrência delas houve a necessidade de se criar uma entidade para levar adiante essas iniciativas”, diz Thomaz Liparelli, coordenador de Incentivo à Conservação da Natureza da Fundação Boticário, que acabou sendo criada em 1990. Um ano depois era implementado o programa de incentivo à conservação da natureza, que desde então já financiou 860 projetos, totalizando US$ 4,8 milhões investidos.

Detalhes das linhas

O objetivo da linha de financiamento "unidades de conservação" é incentivar a criação e manutenção de áreas de conservação natural, além de iniciativas que melhorem o manejo destas áreas. Nos custos dos projetos podem ser incluídos a manutenção da infra-estrutura necessária e a de programas de proteção, educação ambiental, pesquisa científica, divulgação dos resultados, entre outros. Porém, verbas para a compra de terras não podem ser incluídas no pedido de financiamento da entidade.

Já na linha "pesquisa e proteção da vida silvestre" a preferência na seleção será dada para ONGs, o que não exclui projetos de pesquisa de instituições públicas – como já foram financiadas em outras edições do programa. A idéia é atender projetos relacionados a espécies e populações consideradas importantes ou em risco de extinção e seus ecossistemas. Podem ser relacionados programas locais ou regionais de educação ambiental, campanhas e eventos como congressos, seminários etc. Podem ser relacionadas como despesas do projeto equipamentos, materiais, pagamento de pessoal e custos operacionais como transporte, estadia e comunicação, além da divulgação do projeto e seus frutos.

Na linha de "áreas verdes", a intenção é incentivar projetos e pesquisas que desenvolvam e disseminem conhecimentos relativos à criação e manutenção de arborização urbana, recuperação de ecossistemas degradados ou alterados. Este subprograma dá preferência a propostas conjuntas de organizações governamentais e não-governamentais. No quesito custos, podem ser incluídos aquisição de equipamentos, implantação de infra-estrutura, campanhas de conscientização e educação ambiental, facilidades operacionais e também a divulgação dos resultados.

A linha "outros auxílios" é ampla e podem se inscrever projetos de até R$ 10 mil a serem aplicados em congressos, cursos, reuniões, oficinas e pequenas publicações relacionadas aos temas dos outros três subprogramas.

Marcelo Medeiros