Autor original: Maria Eduarda Mattar
Seção original: Notícias exclusivas para a Rets
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Não faltou alegria, não faltou emoção e, principalmente, não faltou gente para prestigiar o lançamento do portal Cidadania na Internet, na noite desta quinta-feira, dia 27, no Planetário do Rio de Janeiro. Cerca de 150 pessoas foram incentivar e conhecer de perto o novo espaço das organizações da sociedade civil na Internet.
A festa começou no ritmo dos meninos e meninas da Orquestra de MPB da Associação São Martinho. Tendo no repertório marchinhas e músicas do cancioneiro popular, as crianças empolgaram o púbico, que cantou junto canções como “Marinheiro Só” e “Será que Ele É”. Ao final, utilizando apenas instrumentos de percussão, os jovens músicos arrancaram aplausos veementes do público presente. Em seguida, os Doutores da Folia, representados pelo Doutor Zé Gotinha e pela Doutora Resprin, fizeram uma rápida apresentação musical – acompanhada de um vídeo – em que puderam mostrar como conseguem levar alegria às crianças internadas em hospitais da Baixada Santista.
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Logo depois, Paulo Lima, secretário executivo da RITS, organização responsável pela idealização e coordenação do portal, tomou a palavra para dizer que o projeto do Cidadania na Internet coroa um processo de seis anos de atividades. "O portal sintetiza essa missão de articular as organizações em rede", afirmou. "Articulação é a palavra-chave, e temos que tratar informação não como mercadoria, mas como estratégia de organização".
Carlos Afonso, diretor de Tecnologia da RITS, lembrou Herbert de Souza, o Betinho, "um sujeito muito mais magrinho e muito mais poderoso" cujos sonhos têm muito a ver com iniciativas como esta. Depois foi a vez de José Jacinto do Amaral – assessor de Comunicação da Petrobras, que patrocina o portal – destacar que a qualidade fundamental do projeto é "fortalecer e fazer crescer o terceiro setor, cuja atuação será de extrema importância para o êxito das políticas públicas.
Depois da exibição de um vídeo com depoimentos de alguns representantes de organizações parceiras do Cidadania na Internet, Luiz Antônio Carvalho – responsável pela área de Comunicação da FASE – fez um pequeno comentário antes de chamar ao palco o compositor e músico Marcelo Yuka, um antigo parceiro da organização em seus projetos. Luiz Antônio foi enfático ao afirmar que ninguém constrói sozinho o Brasil que a gente quer. "A construção da democracia no país", disse, "se faz através de ações como esta, com o compromisso de cada sujeito com a construção do outro".
"Liberdade, igualdade e tecnologia"
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Logo depois, no momento mais esperado da noite, o compositor Marcelo Yuka foi ao palco para defender a universalização do acesso às tecnologias de informação. Com bom humor, Yuka parodiou os ideais da Revolução Francesa e sugeriu que a sociedade precisa de "liberté, egalité e 'tecnologê'" – liberdade, igualdade e tecnologia.
Segundo ele, o acesso à tecnologia, cada vez mais barato, é um instrumento para a cidadania. Citando a capacidade de improviso do brasileiro – "é o país onde a fita crepe virou solda" –, Yuka falou da sua percepção de que existe nas pessoas uma necessidade de acompanhar o mundo, o movimento dos tempos, e a internet não fica de fora.
"O que acaba acontecendo", prossegue, "é que, se a tecnologia não chega oficialmente, passa a chegar de maneira ilegal" – e cita como exemplo os "gatos" (a pirataria) que roubam o sinal das TVs a cabo.
Comentando o que se passa, neste momento, no Oriente Médio, em que existe uma evidente guerra de informações de parte a parte no conflito entre EUA e Iraque, o compositor foi incisivo ao defender uma mídia mais livre e honesta como um instrumento essencial para a constituição de uma democracia.
"Fazer um portal como esse talvez seja conseqüência de uma nova mentalidade que pode estar tomando cada vez mais vulto: a de que, assim como as pessoas 'malham' ou rezam, devem dar um pouquinho delas para o plural. Do contrário", adverte, "a gente vai acabar vendo o fascismo crescer. Talvez seja isso o que nos liberte num futuro próximo".
Ao final, o atleta olímpico Zequinha Barbosa falou algumas palavras, ressaltando a violência da exclusão social. “Costumo dizer que existem dois Brasis: o Brasil afegão e Brasil suíço. Eu passei de um para o outro e agora faço o caminho de volta, procurando construir uma ponte para que mais pessoas, principalmente as crianças, possam fazer essa mesma travessia”, afirmou. Ele destacou também a importância do uso bem direcionado das novas tecnologias: “Ferramentas como o portal Cidadania na Internet podem ajudar na construção dessas pontes”.
Enquanto aconteciam as apresentações e os depoimentos, meninos e meninas da Associação São Martinho – treinados para atuarem como jornalistas e inserirem conteúdo no portal – entrevistavam as pessoas presentes para, posteriormente, escreverem pequenas matérias para o portal.
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