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Prêmio Márcio Ayres para Jovens Naturalistas

Autor original: Marcelo Medeiros

Seção original: Novidades do Terceiro Setor

Crianças de escolas de ensino Fundamental e Médio do Pará podem começar já a procurar professores para que orientem suas pesquisas sobre a Amazônia. O foco dos trabalhos deve ser a variedade de animais e plantas existentes na maior floresta do mundo. Isso tudo porque a organização ambientalista Conservation International, em conjunto com o Museu Paraense Emílio Goeldi, acaba de lançar o prêmio José Márcio Ayres para Jovens Naturalistas – uma homenagem ao biólogo e ex-diretor do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (voltado para a conservação das florestas alagadas da Amazônia), falecido em março deste ano. O tema da premiação é “Biodiversidade na Amazônia” e as inscrições vão até 5 de setembro.


Podem participar do concurso estudantes com no máximo 18 anos na data final de envio dos trabalhos, de todas as 13 mil instituições de ensino do estado. Serão premiados com até R$ 2 mil e uma coleção de livros sobre ciência os três melhores trabalhos individuais nas categorias Ensino Médio e Fundamental. O segundo colocado receberá R$ 1.500 e o terceiro, R$ 1 mil. O(a) orientador(a) e a escola dos premiados receberão uma coleção de publicações do Museu Emílio Goeldi e um diploma. As instituições de ensino podem inscrever em cada categoria até três trabalhos de no máximo 10 páginas.


Apesar da pouca experiência dos “cientistas” concorrentes, os materiais devem conter tudo o que uma obra científica de verdade possui: explicação do tema, da metodologia utilizada, resultados, discussão, conclusão e bibliografia. As regras de apresentação da pesquisa e do método científico estão explicadas no manual do prêmio, que pode ser baixado na página do Museu Emílio Goeldi (ver link ao lado). Ao final, os alunos selecionados deverão fazer uma pequena exposição oral sobre o trabalho. “As exigências acabam sendo um teste para escolas, professores e alunos”, explica Joice Santos, coordenadora do prêmio. Os melhores trabalhos serão publicados pelo Museu.


A avaliação será feita por uma banca de sete pessoas, escolhidas pela Conservation International e pelo Museu. Entre elas estarão educadores e pesquisadores do museu. Há possibilidade de representantes de secretarias de ensino municipal de Belém e do Pará também participarem da comissão julgadora. A fim de garantir a competição entre os alunos concorrentes e não prejudicar alunos de séries diferentes, a criatividade dos trabalhos terá um grande peso no julgamento.


O tema


Como muitos estudantes descobrirão nas suas pesquisas, de todas as espécies de vida do planeta, 10% estão na Amazônia, que, por sua vez, tem 63% de seu território no Brasil. De acordo com dados do Museu Emílio Goeldi, a floresta ocupa 40% do território sul-americano - atingindo nove países - e possui 20% da água doce do mundo. Apesar da aparência, a vegetação não é homogênea e isso gera uma grande diversidade biológica. Até agora já foram identificadas naquele gigantesco pedaço de terra 40 mil espécies de plantas, 427 de mamíferos, quase 1.300 de aves, 3 mil de peixes, 378 de répteis e 427 de anfíbios. Mas ainda há muito por se descobrir, garantem pesquisadores –não os do concurso, mas os profissionais. Os organizadores esperam, assim, que as crianças e jovens inscritos passem a olhar mais para a natureza que os cerca e valorizem seu estudo.


Além do crescimento da importância dada ao meio ambiente, outra intenção é incentivar o uso da ciência nas escolas paraenses. “A longo prazo, esperamos que estes garotos possam ficar tão entusiasmados com a experiência que eles passem a olhar a carreira científica como uma verdadeira oportunidade futura”, afirma José Maria Cardoso da Silva, diretor da Conservation International para a Amazônia.


Pesquisadores do Museu Emílio Goeldi constataram que a biodiversidade está fora do conteúdo escolar paraense, apesar da presença da floresta Amazônica no estado e das portas abertas da instituição para as escolas. “O prêmio é uma motivação para a investigação científica e surgimento de talentos. Todos devem indagar a realidade de forma criativa e assim valorizar a biodiversidade”, diz Joice Santos.


Depois de selecionados nas escolas, os trabalhos devem ser enviados até cinco de setembro para: Prêmio José Márcio Ayres - Museu Paraense Emílio Goeldi, Serviço de Educação, C.P. 399, CEP 66.017-970, Belém, Pará. Para estar de acordo com as regras do concurso, cada inscrito deve anexar um comprovante de matrícula do aluno e uma carta de encaminhamento do diretor da escola.


 


Marcelo Medeiros

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