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Duplamente contra a discriminação

Autor original: Marcelo Medeiros

Seção original: Serviços de interesse para o terceiro setor

Lésbicas sofrem duplamente com a discriminação: primeiro por serem homossexuais; segundo por serem mulheres. Novos recursos podem ajudar as insituições que lutam para construir uma cultura que rompa estes preconceitos. O Coletivo de Feministas Lésbicas (CFL) vai repassar fundos provenientes do Global Fund for Women para projetos orçados em até R$ 7 mil que busquem mudanças na comunidade homossexual feminina em diversas áreas. Serão selecionados dez projetos que atuem nas áreas de cultura, comunicação, educação, políticas públicas, promoção e defesa da cidadania, saúde, trabalho e violência. As organizações interessadas no Concurso de Projetos para Lésbicas devem enviar propostas até 2 de junho.


Todos os projetos devem ser exclusivamente direcionados para lésbicas e desenvolvidos por elas. Cada um pode ser desenvolvido em no máximo 12 meses. O comitê de seleção irá priorizar grupos de lésbicas, mas organizações que possuam núcleos de mulheres homossexuais que pretendam se tornar independentes também receberão atenção.


Um dos principais critérios de avaliação será o impacto dos projetos na defesa e promoção dos direitos das lésbicas; sua relevância; a potencialidade de multiplicação da iniciativa; e a falta de recursos das candidatas, que não precisam estar constituídas legalmente. As juradas serão feministas convidadas pelo CFL.


Menos aceitação que homossexuais masculinos


O dinheiro vem do Global Fund for Women (Fundo Global para Mulheres), que completa 15 anos em 2003. Em comemoração, abriu concurso para selecionar 15 organizações feministas de todo o mundo para levar adiante projetos de promoção dos direitos das mulheres. Uma delas foi o Coletivo Feminista de Lésbicas, que agora repassa, nesta seleção de projetos, parte do montante. Esse é um dos primeiros concursos voltados para lésbicas no Brasil, que, para Rosana Zaiden, coordenadora geral do CFL, ainda possui muito preconceito contra esse segmento da população. “Estamos empenhadas em mudar este cenário. É muito importante que essas organizações existam e lutem pelos direitos da comunidade lésbica”, diz ela.


De acordo com Rosana, num contexto geral, os problemas enfrentados pelas mulheres homossexuais são os mesmos dos gays. Ainda assim, em casos mais específicos as dificuldades são diferentes devido à questão de gênero. “Mulheres e homens têm uma cultura diferente, um comportamento diferente, uma aceitação social diferente. Em várias profissões ser gay é bem aceito, o que não acontece com as lésbicas”, explica.


É para lutar pela esconstrução de preconceitos como esse que o CFL realiza o concurso. A divulgação do resultado não podia ser em data mais apropriada: 28 de junho, quando são celebrados os 25 anos do Orgulho GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros) em todo o mundo.


Os projetos devem ser enviados para o Coletivo Feminista de Lésbicas, na Rua Santo Antonio, 1263, conjunto 73, 7º andar, São Paulo, SP, Cep 01314-010. A organização alerta que não serão aceitas propostas enviadas por e-mail ou fax. O endereço eletrônico cfles@uol.com.br e o telefone (11) 3518-9059 estão disponíveis para quem quiser mais informações sobre o concurso.


 


Marcelo Medeiros

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