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Pregão social

Autor original: Marcelo Medeiros

Seção original: Novidades do Terceiro Setor








Não é só em busca de lucro que vivem os investidores da Bolsa de Valores de São Paulo. A instituição acaba de lançar a Bovespa Social, que irá atrair investidores para projetos voltados para educação de crianças e jovens de 7 a 25 anos com baixa renda de todo o país. Não há prazos para envio de propostas, pois a Bovespa Social (BVS) funcionará nos moldes da bolsa convencional. Ou seja, qualquer um pode entrar - desde que se encaixe nos critérios da entidade - e pedir a quantia que achar necessária. Caberá aos investidores alocarem os recursos onde maior for seu interesse.


“Há muito tempo ajudamos entidades filantrópicas, mas percebemos que essa não é a melhor maneira de estimular a solidariedade. Por isso decidimos ir para o âmbito de selecionar, fiscalizar e financiar projetos sociais. O objetivo não é o lucro, mas apenas multiplicar a solidariedade nas empresas atuantes na bolsa de valores”, diz Álvaro Augusto Vidal, presidente da Bovespa.









Podem participar da Bovespa Social - e, portanto, receber financiamentos dos investidores - projetos educacionais ligados a meio ambiente, esporte, cultura, profissionalização, cidadania e saúde. As propostas enviadas serão analisadas por uma empresa de consultoria contratada para garantir a lisura no processo de avaliação. Ela irá redigir pareceres que irão assegurar a qualidade e viabilidade dos projetos, que por sua vez serão colocados na bolsa após recomendação do Conselho Consultivo da entidade, composto por nomes conhecidos do terceiro setor, empresariado e governo (que podem ser conferidos no box ao lado).


A Bovespa e corretoras irão apresentar o portifólio (documento com as qualidades do investimento, seus integrantes e histórico) a investidores, que poderão bancar todo o projeto ou apenas parte dele. Ao contrário da bolsa de valores tradicional as corretoras não ficarão com porcentagem alguma dos recursos aplicados – tudo será repassado para as organizações sociais de acordo com suas necessidade e cronograma do projeto. Enquanto não houver necessidade, o dinheiro ficará aplicado em fundo de investimento e os rendimentos também serão direcionados à instituição.


Todas as entidades selecionadas receberão selo de "Organização Listada na Bolsa de Valores Sociais", que atestará a qualidade do projeto de acordo com os critérios empregados pela Bovespa Social. Assim, a intenção é que, caso a proposta não receba todo o investimento necessário para ir adiante, tal título facilite a procura por novos parceiros. “Já recebemos sinalizações importantes, até mesmo do exterior. Muitas empresas têm medo de entrar na área de investimento social no Brasil por não terem referência de organizações confiáveis. Com fiscalização da Bovespa o investimento fica mais seguro”, explica Vidal, que se disse surpreso com a quantidade de solicitações de informações sobre a bolsa social.


O foco em educação se deve ao fato de o tema ter sido considerado o mais emblemático pelos diretores da bolsa de valores. O investimento na formação do país a médio e curto prazo é essencial, de acordo com eles. Além disso, a escolha de apenas uma área se deve à necessidade de garantir a qualidade da avaliação do andamento dos projetos pelos integrantes da Bovespa Social.


Podem enviar propostas organizações brasileiras existentes há pelo menos três anos, que já executem algum projeto social com crianças, jovens ou adolescentes. As que se encaixarem nas exigências devem preencher formulário disponível na página da Bovespa Social (ver link ao lado) e enviá-lo para social@bovespa.com ou Bolsa de Valores Sociais, Caixa Postal 19.158, Cep 04505-970, São Paulo, SP, preferencialmente via Sedex ou Carta Registrada. As despesas de envio serão pagas pela BVS.


 


Marcelo Medeiros

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