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Tecnologias para o bem comum

Autor original: Fausto Rêgo

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Sob a inspiração de um de seus mais ilustres fundadores, o sociólogo Herbert de Souza, a Associação para o Progresso das Comunicações (APC) anuncia que estão abertas as inscrições para mais um Prêmio Betinho para as Comunicações. A iniciativa poderá beneficiar até três projetos ou organizações que façam uso inovador e solidário da Internet e das tecnologias de informação e comunicação (TICs) em benefício do desenvolvimento e da justiça social. O prazo para inscrições termina no dia 15 de agosto e os interessados em concorrer ao prêmio de 7.500 dólares devem preencher o formulário disponível no site da APC (o link direto está na seção de Links Relacionados, ao lado).

Embora o dinheiro possa ser repartido, será escolhido um único vencedor, como informa Karen Higgs, diretora de Comunicações da APC. “O prêmio em si será concedido a um único projeto. O júri decidirá se a premiação em dinheiro será rateada e como”. O vencedor será anunciado no final deste ano e os projetos finalistas terão suas histórias publicadas no site da APC.

Os organizadores informam antecipadamente que terão mais chances iniciativas que promovam uma cultura de paz, respeito mútuo e tolerância; defendam as liberdades civis; democratizem o acesso aos meios de comunicação; desenvolvam ou utilizem software livre em benefício das comunidades em que atuam; estimulem o uso de TICs por mulheres e grupos tradicionalmente marginalizados; e facilitem a criação ou execução de políticas públicas em benefício da população.

A participação no prêmio será restrita a projetos desenvolvidos na América Latina e no Caribe. Há uma série de razões para essa regionalização. Uma delas é incentivar a inscrição de iniciativas que talvez não tivessem confiança suficiente para participar de um evento mundial. Outra é a intenção de estimular a exposição de projetos em língua não-inglesa. “A APC oferece uma das únicas grandes premiações internacionais sobre TICs que aceita candidaturas em língua não inglesa”, afirma Karen. “A Internet é dominada por informações em inglês. A APC reúne membros de toda a parte do mundo, muitos dos quais têm o inglês como segundo, terceiro ou quarto idioma. Além disso, nossos sites em espanhol têm, normalmente, mais visitas dos que os de língua inglesa, o que mostra um grande interesse por informações em outros idiomas”.

O Prêmio Betinho está sendo divulgado em espanhol, português e inglês – as línguas mais faladas na América Latina e no Caribe. Os finalistas terão suas histórias publicadas nos três idiomas, o que vai permitir que bons projetos dos quais apenas o público fluente em espanhol ouvira falar obtenham uma repercussão muito maior.

Nas edições anteriores, o Prêmio Betinho contemplou duas iniciativas inovadoras e significativas. Em 2000, a Fundação Max (The Max Foundation), dos Estados Unidos – uma rede eletrônica de apoio a famílias de crianças com leucemia que mantém um pioneiro banco de dados online de doadores de medula óssea. Em 2001, o projeto vencedor foi Vozes de Mulheres (Women’s Voices), que envolvia mulheres de dois assentamentos urbanos do Quênia na produção de reportagens e documentários para televisão.

No primeiro ano, cerca de 160 organizações inscreveram seus projetos. No ano seguinte, porém, os lamentáveis acontecimentos do dia 11 de setembro, com o ataque terrorista ao World Trade Center, em Nova York, coincidiram com o fim do prazo para apresentação de candidaturas, o que certamente motivou a redução substancial verificada – foram apenas 80 inscritos. “Ainda assim, tivemos como finalistas iniciativas muito interessantes realizadas no Brasil, em Cuba, no Sri Lanka, no Quênia, na Colombia, no Zimbábue, no Peru, nos EUA e na África do Sul”, conta Karen.

O Prêmio Betinho volta a ser realizado em 2005 e também será restrito à América Latina e ao Caribe.

Fausto Rêgo

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