Autor original: Marcelo Medeiros
Seção original: Serviços de interesse para o terceiro setor
Organizações com atuação na Mata Atlântica têm mais uma linha de financiamento. O Instituto de Estudos Sócio-ambientais do Sul da Bahia (Iesb) está selecionando projetos de fortalecimento institucional e de preservação desse ecossistema orçados em até R$ 25 mil que possam ser executados em até 12 meses. No total, há R$ 336 mil a serem disponibilizados, provenientes do Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos (CEPF). O prazo para envio de propostas se encerra em 26 de julho. O edital e a ficha de inscrição estão disponíveis na página do instituto (ver link ao lado).
Podem se candidatar ONGs com sede ou atuantes na área do corredor central da Mata Atlântica. A área compreende o sul da Bahia, a partir do Vale do Rio Jequiriçá, praticamente todo Espírito Santo e pequenas porções do leste mineiro, na fronteira de Minas Gerais com esses dois estados, num total de 8,6 milhões de hectares. As despesas financiáveis são pagamento de pessoal, gastos com a sede, compra de equipamentos, móveis, programas de informática, material bibliográfico, divulgação, viagens e participação em congressos.
O objetivo do programa é, de acordo com o edital, estimular “a projeção das instituições participantes e seu reconhecimento no cenário conservacionista”. Além disso, pretende colaborar para a construção do corredor central, que hoje ainda não possui uma área contínua de mata.
Uma pesquisa feita pelo Iesb antes do lançamento do edital apontou a existência de pelo menos 66 ONGs atuantes no corredor central da Mata Atlântica. Outras só estão sendo “descobertas” após a conclusão do estudo. A maioria atua em defesa do meio ambiente e com educação ambiental, mas poucas possuem equipamentos para melhorar seu trabalho. “Queremos potencializar as atividades dessas organizações. A maioria nem tem computadores para se organizar e se comunicar”, diz Eloína Néri de Matos, uma das responsáveis pelo edital do Iesb. O estudo revela que apenas 27% das entidades possui acesso próprio à Internet.
O CEPF, de onde virão os recursos, é resultado de uma aliança entre Banco Mundial, Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF), Conservation International, Fundação MacArthur e governo do Japão. Ele foi criado para complementar outros mecanismos de financiamento de maneira rápida e flexível. Seus investimentos estão voltados para regiões com grande diversidade biológica que estejam sob ameaça – ou seja, tenham um nível de alteração em pelo menos 75% de sua vegetação original. De acordo com o fundo, essas áreas, também chamadas de hotspots, ocupam apenas 1,4% da superfície da Terra, mas abrigam 60% das espécies. Atualmente, 25 ecossistemas são considerados hotspots no mundo.
Um deles é a Mata Atlântica, que já foi quase toda destruída – restam hoje apenas cerca de 8% da área original. Nela vivem 20 mil espécies de plantas, o equivalente a 6,7% do total mundial. E dessas, 8 mil só são encontradas lá. É por causa disso que o corredor da Mata Atlântica foi escolhido como alvo do edital.
Critérios e prazos
Os projetos serão julgados de acordo com sua contribuição para a conservação do ecossistema, realização de objetivos, formação de parcerias e sustentabilidade. O edital do programa dá as instruções necessárias para o envio da proposta e dicas de como preencher os critérios de julgamento.
As propostas devem ser enviadas com o histórico da instituição no formato indicado pelo edital (ver na página do Iesb) para o endereço eletrônico apoiongs@iesb.org.br ou para a sede do Iesb, na Rua Major Homem del Rey, 147, Cidade Nova, Ilhéus (BA), ou Caixa Postal 84, Cep 45652-180, escrevendo no envelope “Programa Fortalecimento Institucional”.
A fim de reforçar o compromisso de fortalecimentos das organizações atuantes no corredor central da Mata Atlântica, o Iesb lançará outro edital no início de 2004, tendo o mesmo montante de recursos para serem aplicados.
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