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Informação qualificada, organizações mais fortes

Autor original: Fausto Rêgo

Seção original: Novidades do Terceiro Setor








Uma organização ambientalista inicia um novo projeto na região amazônica e precisa de um consultor especializado em planejamento estratégico. O que ela faz? Publica um anúncio e aguarda a chegada de currículos? Pede indicações a entidades que trabalham com o mesmo tema? Pode até ser, mas a partir de agora existe um caminho mais simples: o problema pode ser resolvido com uma rápida consulta à base de dados de um portal na Internet. Lançado nos dias 2 e 3 de julho, o portal Fortaleza (www.fortalezaonline.org) se propõe a oferecer uma diversidade de informações sobre produtos e serviços voltados para o fortalecimento de instituições da América Latina e do Caribe, com um amplo e completo cadastro de profissionais e organizações públicas e privadas.

Produzido em três idiomas - português, inglês e espanhol -, o Fortaleza é uma iniciativa liderada pela The Nature Conservancy (TNC) e envolve uma aliança de organizações de diversos países. Até o momento, participam dessa aliança a RITS (pelo Brasil), a Fundação Acceso (Costa Rica), a Rede de Fundos Ambientais da América Latina e Caribe - Redlac (México), o Centro Internacional para o Treinamento de ONGs - Cicoam (Paraguai), a Fundação Compromiso (Argentina), a Iniciativa Mexicana da Aprendizagem da Conservação - IMAC (México) e a PACT-Peru. Essas organizações são os chamados pontos focais do projeto, responsáveis pelo gerenciamento e pela autenticação das informações produzidas em suas regiões.

Lourdes Spinelli, gerente de Desenvolvimento Institucional da The Nature Conservancy do Brasil, conta que há cerca de três anos a entidade vinha articulando parcerias para viabilizar o portal, que se destina a instituições de diversas áreas sociais, mas particularmente àquelas que trabalham com a conservação da biodiversidade. O objetivo é suprir as necessidades de contratação de serviços e pesquisa de fornecedores, proporcionando uma troca de informações entre as organizações. "É um produto não totalmente pronto, ele será construído permanentemente", explica.

Para participar do portal, instituições e profissionais deverão efetuar um pequeno cadastro. Os dados inseridos pelos fornecedores e prestadores de serviços serão submetidos a um processo de validação. Isto significa que sua autenticidade será atestada pelos pontos focais. Ao consultar qualquer informação, as organizações poderão verificar se os dados cadastrados já foram validados ou não, o que vai garantir maior confiabilidade. Com o tempo, um segundo mecanismo de validação será agregado: os próprios usuários poderão deixar comentários sobre sua experiência ao usar os produtos e serviços oferecidos no Fortaleza.

"Um dos nossos objetivos é que o acesso à informação seja fácil e que essa informação seja qualificada", diz Flávia Neves, coordenadora de Acervo e Catálogo da RITS e responsável, na entidade, pelo projeto. Cada país tem uma organização responsável por divulgar, gerenciar o funcionamento do site, atualizar as informações sobre fortalecimento institucional e checar o que é inserido.

Para Flávia, outro diferencial do Fortaleza é que os interessados em se cadastrar deverão indicar referências que comprovem pelo menos três anos de experiência profissional em sua área de atuação. Assim, qualquer um vai poder consultar essas fontes para conhecer melhor o trabalho dos prestadores de serviços.

O Fortaleza já começa suas atividades com uma base de aproximadamente 400 organizações e 100 profissionais cadastrados. Algumas novidades serão implementadas em breve, como listas de discussão e fóruns de debate. O portal é aberto à participação de organizações da sociedade civil, instituições acadêmicas, fundações, empresas, agências governamentais, doadores, profissionais independentes, agências de desenvolvimento, comunidades religiosas e voluntários.

Paulo Lima, diretor-executivo da RITS, aponta o compartilhamento de informação qualificada como principal característica do projeto. “O problema de localizar informação na Internet é que tem informação demais. E a gente quer ajudar a encontrar informações que melhorem nossa performance na implementação de nossos projetos, formando uma grande rede de intercâmbio na América Latina e no Caribe. Normalmente, uma organização tem um problema, encontra a solução e a guarda para si ou para quem está mais próximo. Com o Fortaleza, essa solução será compartilhada com todos”.


Fausto Rêgo

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