Autor original: Mariana Abreu
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Para fazer valer seus direitos garantidos pela Constituição e denunciar a intensificação da violência que sofrem, 20 lideranças do povo Pataxó Hã-Hã-Hãe, dos municípios de Pau-Brasil, Camacan e Itajú da Colônia (BA), estão em Brasília percorrendo ministérios e gabinetes de autoridades responsáveis pela questão indígena no governo. Na agenda, estão marcadas reuniões com ministros e os deputados da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos do Povos Indígenas. Entre as lideranças presentes, a delegação conta com alguns caciques e o vereador indígena do município de Pau-Brasil, Agnaldo Pataxó Hã-Hã-Hãe.
Para as reuniões, a delegação preparou um relatório sobre as agressões e violências sofridas nos três últimos anos. O documento descreve as violências cometidas por fazendeiros e policiais federais e militares, além de expôr casos que colocam em suspeita o Poder Judiciário local, como a concessão de 60 liminares contra os pataxós, emitidas em um mês pelo mesmo juiz federal. A violência mais recente aconteceu no dia 12 de julho, quando a Polícia Federal organizou uma "mega-operação" com 153 policiais, dezenas de carros e dois helicópteros para cumprir de uma só vez seis liminares de reintegração de posse. Os métodos utilizados na ação, de intimidação e ameaças, fizeram com que entidades de apoio à causa, como o Conselho Indigenista Missionário e a Comissão Pastoral da Terra, denunciassem a Polícia Federal ao Congresso Nacional por violação dos direitos humanos. Para o vereador indígena, Agnaldo Pataxó Hã-Hã-Hãe, a expectativa é de que se tomem medidas concretas a respeito do assunto. Ele diz que seu povo não aceitará promessas ou documentos como resposta.
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