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O cupuaçu é (quase) nosso

Autor original: Mariana Abreu

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Mack Nagasawa, presidente da Cupuaçu International Inc., empresa gêmea da multinacional Asahi Foods, que registrou o nome "Cupuaçu" como marca comercial, se reuniu no dia 6 de agosto com o secretário estadual de Indústria, Comércio e Mineração do Pará, Ramiro Bentes. No encontro, organizado pela Cooperativa de Produtores de Tomé-Açu e pela Câmara Nipo-Brasileira do Pará, foi elaborado um termo onde o empresário se dispõe a não recorrer de uma ação do governo pedindo o "repatriamento da marca". Em troca, o governo paraense convidou as empresas para instalarem uma fábrica de chocolate de cupuaçu em Tomé-Açu.


Entretanto, a Asahi Foods apresentou defesa no Escritório Japonês de Marcas e Patentes (JPO) e a ação administrativa estuda a réplica antes do mês de outubro, quando o caso entra em fase de avaliação final. Se em vez de uma nova ação o Governo do Pará decidir apoiar o processo da Rede GTA, o caso do cupuaçu poderá brevemente ser solucionado - colocando um marco histórico contra a apropriação do patrimônio cultural e natural da Amazônia. A defesa da multinacional no caso, segundo os advogados Esther Flesch e Adriana Vicentin, no Brasil, e John Kakinuki, no Japão, é bastante frágil e a anulação do registro do cupuaçu pode abrir caminho para uma nova fase de direitos das comunidades tradicionais e indígenas na Amazônia e no mundo.

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