Autor original: Mariana Loiola
Seção original: Serviços de interesse para o terceiro setor
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A Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha de São Paulo está com inscrições abertas para a edição 2003 do Prêmio Ambiental von Martius. O prêmio tem como objetivo reconhecer o mérito de iniciativas que promovam o desenvolvimento econômico, social e cultural com respeito ambiental. Podem concorrer programas ou projetos já concluídos ou em realização, de empresas, organizações não-governamentais, indivíduos e instituições públicas de todo o Brasil. O prazo de inscrição é até o dia 6 de outubro.
O prêmio é dividido em três categorias: humanidade, tecnologia e natureza. A categoria humanidade premiará iniciativas que visam prioritariamente ao desenvolvimento do ser humano, como projetos de educação ambiental e de comunicação. A categoria tecnologia é para iniciativas de desenvolvimento de tecnologias ambientalmente positivas, como projetos de melhorias no processo produtivo e desenvolvimento de produtos. A categoria natureza, por sua vez, homenageará iniciativas voltadas para a preservação e conservação do meio natural, como projetos de pesquisa científica e valorização dos princípios de conservação e preservação de fauna e flora. Os projetos serão avaliados por uma comissão julgadora constituída por empresários e jornalistas especializados na área ambiental.
Os principais critérios de avaliação baseiam-se no efeito multiplicador e na reprodutibilidade – a fim de que possam ser implementados em outras cidades, regiões ou instituições –, na continuidade, na auto-sustentabilidade, nos resultados obtidos e no envolvimento comunitário das iniciativas. "Os projetos devem ter impacto na sociedade", acrescenta Ricardo Rose, diretor de Meio Ambiente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha.
Um exemplo de grande impacto social é o Programa de Desenvolvimento de Sistemas Sustentáveis de Produção Agrícola e Conservação Ambiental, ganhador da categoria humanidade da edição de 2002. Desenvolvido pela ONG Terra Viva, o programa atende 44 famílias de um assentamento de dois mil hectares no município de Prado, extremo sul da Bahia. A sustentabilidade socioeconômica da região é o principal objetivo do projeto. As ações têm foco na formação agroecológica e na redução do analfalbetismo. Segundo Maria Aparecida Oliva Souza, secretária-executiva da Terra Viva, quando o programa chegou à região, em 1996, a situação era de extrema pobreza e as famílias não tinham nenhuma assistência governamental ou não-governamental. "A renda era de meio salário mínimo para cada família de seis pessoas, em média, que viviam da produção da farinha", conta. O programa iniciou a produção de frutas, aliada à conservação da natureza. Hoje são cultivadas 70 espécies de frutas, com destaque para graviola, caju, acerola, pitanga e manga, típicas da região. As famílias trabalham na produção de polpa, doces e licores. Hoje a renda familiar subiu para um salário e meio, que ainda é pouco, mas faz uma diferença significativa para as famílias. O recebimento do Prêmio Ambiental von Martius, segundo Maria Aparecida, deu a oportunidade de divulgar uma iniciativa tão importante para a região do extremo sul da Bahia. "Foi uma confirmação de que estamos no caminho certo", diz.
A inovação é fundamental, de acordo com Ricardo Rose. "Muitos projetos repetem tecnologia estrangeira ou um método existente no mercado. Nós daremos preferência aos inovadores", afirma.
Vencedor da categoria natureza em 2002, o conjunto de três projetos "Seqüestro de carbono e conservação da natureza", da ONG paranaense Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), encontrou na restauração florestal uma alternativa para combater o aquecimento global. Os projetos de restauração são desenvolvidos desde 1999 na região da área de proteção ambiental de Guaraqueçaba, litoral norte do Paraná. A idéia é que as áreas protegidas e recuperadas contribuam para retirar da atmosfera um dos gases causadores do efeito estufa – o CO2 (dióxido de carbono ou gás carbônico) – para fixação na biomassa florestal, por meio da fotossíntese. Além disso, os projetos também contribuem para a ampliação da diversidade biológica e criam oportunidades de geração de renda para as comunidades que vivem na região. Para Ricardo Gomes Luiz, assessor de comunicação da SPVS, a divulgação pelo Prêmio von Martius foi muito importante. "Esses projetos ajudam a preservar o que restou de melhor na Floresta Atlântica brasileira. Nosso interesse é que eles sejam disseminados e aconteçam em outros lugares", diz.
Realizado anualmente, o Prêmio Ambiental von Martius será, a partir da edição deste ano, auditado por uma empresa de auditoria independente, com o objetivo de assegurar a qualidade de avaliação dos trabalhos. Outra novidade para esta edição é a instituição de uma taxa de inscrição de R$ 100, a fim de manter a alta qualidade dos trabalhos apresentados.
Os melhores trabalhos em cada uma das três categorias receberão um troféu e um diploma; os projetos colocados em segundo e terceiro lugar em cada uma das três categorias receberão diplomas. Todos os projetos premiados serão divulgados pela revista Brasil-Alemanha, da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha e para a imprensa. "Além da visibilidade e do reconhecimento público, a divulgação pode abrir portas para contatos, contratações e reprodução de tecnologias", afirma. A entrega dos prêmios será realizada na cidade de São Paulo, em novembro.
O regulamento, a ficha de inscrição e informações sobre como participar do prêmio podem ser encontrados no site www.premiovonmartius.com.br, solicitados pelo telefone (11) 4702-9006 ou pelo correio eletrônico premiovonmartius@uol.com.br.
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