Você está aqui

Cooperação internacional baseada em conhecimento: nós a queremos? E precisamos dela?

Autor original: Fausto Rêgo

Seção original:

Rosa-María Torres*

Apresentação

Este artigo aborda a "cooperação baseada em conhecimento" a partir de algumas perspectivas específicas: a) uma visão "do Sul"; b) uma perspectiva crítica; c) um foco regional sobre a América Latina; d) um foco sobre a educação.

Há pouca expectativa de que a "sociedade do conhecimento" e a "eterna aprendizagem" trarão a esperada "revolução da aprendizagem" e uma distribuição mais justa do conhecimento sem que ocorram mudanças fundamentais nas relações Norte-Sul e nos padrões de cooperação, bem como nos paradigmas de aprendizagem e conhecimento. Nunca antes estiveram disponíveis tanta informação e tanto conhecimento, meios tão poderosos e variados para democratizá-los e tanto destaque para a importância do conhecimento, da educação e da aprendizagem. Mas nunca antes o modelo de "educação bancária" esteve tão vivo e disseminado globalmente: entenda-se educação como uma via de mão-única para transferência de informação e conhecimento e entenda-se aprendizagem como absorção passiva dessa transferência. Muitos entusiastas das "sociedades do conhecimento", da "nova articulação em rede" e da "eterna aprendizagem" sonham hoje com um mundo convertido em uma gigantesca sala de aula com uns poucos professores e milhões de passivos assimiladores de informação e conhecimento por meio de telecentros, computadores e internet. Numa era caracterizada por transformação, incerteza e imprevisibilidade, os disseminadores de conhecimento e os incentivadores da tecnologia parecem ter certezas demais sobre o presente e o futuro. "O que funciona" e "o que não funciona" são oferecidos como alternativas do tipo preto-no-branco, sem que sejam acompanhadas das perguntas óbvias: onde, quando, pra quê, com quem, para quem e sob quais circunstâncias?

A retórica da cooperação baseada no conhecimento insiste em evitar a discussão de questões como poder e interesses velados, não apenas dentro dos governos, mas também no âmbito da sociedade civil e das próprias agências de cooperação.


* Educadora, ex-ministra de Educação e Cultura do Equador


Faça aqui o download do texto completo.





A Rets não se responsabiliza pelos conceitos e opiniões emitidos nos artigos assinados.

Theme by Danetsoft and Danang Probo Sayekti inspired by Maksimer