Autor original: Marcos da Silva Graça
Seção original: Os mais interessantes e ativos projetos do Terceiro Setor
A intervenção precoce é essencial para o tratamento da dislexia. "O problema começa, normalmente, na própria alfabetização mas pode ser percebido pelos pais quando a criança tem uma dificuldade especial em amarrar sapatos, vestir roupas, identificar figuras e letras, manusear brinquedos e definir o lado direito e esquerdo, por exemplo", destaca a Coordenadora Técnica e Científica da ABD, Maria Ângela Nico. Segundo ela, a melhor forma de diagnosticar o problema é realizar uma Avaliação Multidisciplinar e de Exclusão, oferecida pela associação, na qual profissionais como psicólogos, fonoaudiólogos e psicopedagogos clínicos examinam as dificuldades da criança, descartando outras possibilidades de distúrbios, tais como déficit intelectual, deficiências visuais ou auditivas e lesões cerebrais. "A avaliação que realizamos, premiada pela International Dyslexia Association (IDA) como a melhor do mundo, verifica também a necessidade do parecer de outros profissionais, como neurologistas, oftalmologistas e outros, conforme o caso", informa.
Neste processo, é importante a utilização do parecer da escola, dos pais, do histórico familiar e da evolução do paciente. "Essa avaliação não só identifica as causas das dificuldades apresentadas, assim como permite um encaminhamento adequado a cada caso, através de um relatório por escrito", observa a fonoaudióloga Ângela Nico. Segundo ela, após o diagnóstico é necessário um acompanhamento de dois a cinco anos por profissionais especializados, em um método que a ABD denomina Sistema Multissensorial e Cumulativo, no qual é realizado um programa em etapas, que somente passa para a seguinte após se confirmar que a anterior foi devidamente absorvida e colocada em prática. "Para que o processo ocorra com sucesso, é de extrema importância uma boa troca de informações, experiências e sintonia entre profissional, escola e família", acrescenta.
Mas, segundo Ângela Nico, é importante dizer que a dislexia não tem cura. "O tratamento apenas permite que o paciente consiga superar ou contornar em 70% ou 80% suas dificuldades, pois sem atendimento especial ele não irá superar, por si próprio, as deficiências de aprendizado", alerta. Daí a importância da aceitação e adaptação do paciente à linha adotada pelo profissional médico.
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