A Reunião de Alto Nível sobre a revisão geral da implementação dos resultados da Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação (CMSI+20) ocorreu na sede da ONU em Nova Iorque, nos dias 16 e 17 de dezembro de 2025. Esta é a declaração de Anriette Esterhuysen, am nome da Associação para o Progresso das Comunicações (APC), sobre o documento de resultados da CMSI+20. O documento de resultados em inglês e espanhol está em anexo.
Os pedidos de bloqueio de IPs e nomes de domínio recebidos pelos provedores brasileiros chamam atenção não apenas pelo impacto operacional, mas pelo que revelam sobre o momento regulatório que vivemos. Essas solicitações expõem limitações técnicas conhecidas e, não raro, certo desconhecimento de como a arquitetura da Internet funciona. Não é possível bloquear URLs via DNS. Endereços IP são compartilhados por inúmeros serviços. Qualquer tentativa de filtragem na camada de rede, pensando em conteúdo, produz efeitos colaterais que ultrapassam em muito o alvo original. A Internet não foi construída para esse tipo de intervenção, e a infraestrutura de encaminhamento operada por ISPs e IXPs nunca foi o local adequado para isso. Essas iniciativas frequentemente confundem camadas da arquitetura, atribuindo ao DNS ou ao roteamento funções que não lhes pertencem.
Verdades sejam ditas. Já sabíamos, mas Belém escancarou ainda mais o descaso das nações mais poderosas, que se dizem líderes da humanidade, com o futuro da própria.
No dia 5 de dezembro, às 10h30, o CGI.br realizará um encontro multissetorial que propõe uma reflexão sobre a corresponsabilidade dos diferentes atores no desenvolvimento, manutenção e uso da Internet. A discussão, promovida pela Câmara de Universalização e Inclusão Digital e pela Câmara de Conteúdo e Bens Culturais, leva em conta a interdependência entre plataformas digitais, provedores de conexão, infraestrutura de telecomunicações e de rede, governos e usuários.
Esse início dos anos 2020 sepulta definitivamente as honestas, e também as não muito honestas, dúvidas que ainda subsistiam sobre a veracidade e consistência científica das teses e informações apontadas pelo IPCC - Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, organismo vinculado à Organização Meteorológica Mundial e ao Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). É fato, observa-se nas últimas décadas uma comprovada persistência de aumento das temperaturas globais e é certo que a atividade humana no planeta inclui-se entre suas causas. Se ainda não sentidas, as conseqüências para a Humanidade desse fenômeno climático podem vir a ser, em um futuro não muito distante, catastróficas.
A Coalizão Direitos na Rede vem a público manifestar sua profunda preocupação com a aprovação pela Câmara dos Deputados, em 12/11/2025, do regime de urgência para a tramitação do Projeto de Lei nº 215/2015, que propõe alterações no Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/2014) e ameaça princípios fundamentais que garantem a liberdade, a privacidade e a neutralidade da rede no Brasil.
Barcos e canoas se aproximam de Belém com a sociedade civil em peso para a COP30. São indígenas, cientistas, ativistas, estudantes, que vêm à conferência não só pedir financiamento climático mas, principalmente, o reconhecimento da importância de seus territórios na luta contra as mudanças climáticas.
Os organizadores ofereceram às gigantes dos pesticidas e ao grupo de lobby do agronegócio "visibilidade" e "ganho de imagem" em troca de contribuições financeiras para a Agrizone da cúpula climática.
Entre os patrocinadores do pavilhão da agricultura sustentável na COP30, a cúpula climática deste ano no Brasil, estará a gigante de pesticidas e sementes Bayer , que, segundo ativistas sul-americanos, promove um modelo de agricultura industrial que está impulsionando o "desmatamento em massa" no continente. A Bayer pagará pelo menos R$ 1 milhão (£ 142.000) pelo patrocínio " diamante " do pavilhão "Agrizone". Organizada pela Embrapa , a Agrizone sinaliza a influência do agronegócio no Brasil e sua determinação em se apresentar como sustentável, apesar das altas emissões do setor e dos vínculos bem estabelecidos com o desmatamento.
A capacidade estatal não se resume à burocracia; trata-se da habilidade de trabalhar com outros, mantendo o foco. Depende de instituições que consigam planejar, implementar e coordenar ações entre ministérios e níveis de governo, bem como de capacidades dinâmicas – a habilidade de aprender, adaptar-se e ajustar o rumo em situações de incerteza. Em última análise, a qualidade da governança e a capacidade estatal determinam se as promessas nacionais se transformarão em resultados tangíveis e mensuráveis.
Autoras: Esther Dweck e Mariana Mazzucato.
Fonte: Nupef na COP30
Essa é a primeira vez que o Nupef participa da Conferência das Partes do Clima (COP). Em 2025, recebemos o status (até à COP30, provisória) de organização observadora da UNFCCC — um passo importante e uma grande responsabilidade. A agenda climática é densa, técnica e política. E, mais do que isso, ela é profundamente humana: fala de pessoas, comunidades, Estados e de todo o planeta.